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Especialista: acordo do BRICS sobre Venezuela é impossível

© Sputnik / Mikhail Klimentev / Klimentev / Acessar o banco de imagensTodos os cinco presidentes do BRICS se encontram às vésperas da cúpula do G20, Osaka, Japão
Todos os cinco presidentes do BRICS se encontram às vésperas da cúpula do G20, Osaka, Japão - Sputnik Brasil
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Líderes do BRICS divulgaram nesta sexta-feira uma nota conjunta e prometeram, entre outras medidas, implementar políticas para honrar o Acordo de Paris, de modo a reduzir o aquecimento global.

Em plena cúpula do G20, líderes dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) assinaram o documento.

A declaração garante que os países estão "comprometidos com a plena implementação do Acordo de Paris, incluindo os princípios das responsabilidades comuns mas diferenciadas, à luz das diferentes circunstâncias nacionais".

​Além disso, diferentes pautas da política internacional foram abordadas pela declaração, que prepara terreno para a próxima cúpula dos BRICS que será realizada em novembro, em Brasília.

Segundo o especialista em BRICS e professor de Relações Internacionais da PUC-RJ, Paulo Wrobel, em conversa com Sputnik Brasil, o evento serviu para "apresentar" Bolsonaro aos líderes dos países do bloco.

O interlocutor da agência Sputnik também destacou a importância da "questão comercial", abordada pelo documento.

"A questão comercial parece que adquiriu uma predominância nesse encontro no G20. Até porque esse ano vamos continuar assistindo ao aprofundamento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China", explicou o especialista.

Os países BRICS também cobraram uma reforma na Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Acho positivo o fato dos BRICS terem chegado em uma posição conjunta em relação à reforma da OMC. É uma discussão dura e os Estados Unidos é o principal demandante dessas reformas. E precisamos aguardar para ver como vão ficar as posições", ponderou o professor.

​Um outro tema que foi discutido durante a reunião dos líderes foi a situação na Venezuela. O novo governo brasileiro manifestou apoio ao auto-proclamado presidente do país latino-americano, Juan Guaidó. Já o restante do grupo apoia o presidente eleito, Nicolás Maduro.

"Esse é um tema espinhoso no âmbito dos BRICS e um assunto muito espinhoso no âmbito da América Latina e das relações interamericanas", destacou o Wrobel.

"Rússia e China têm sido muito ativas nesse apoio [a Maduro], inclusive do ponto de vista econômico e, particularmente, na questão do petróleo. Muitos investimentos russos foram feitos nesse setor fundamental para a Venezuela", acrescentou o acadêmico.

Por outro lado, para o Brasil no âmbito do BRICS "não há nenhum acordo com a China ou Rússia a respeito do que fazer quanto ao governo ou governos da Venezuela.

"São posições nitidamente opostas e talvez o presidente Bolsonaro tenha mencionado isso, para tentar criar essa imagem do seu governo como preocupado com as questões regionais e internacionais", ponderou.

"Agora, eu não vejo nenhuma possibilidade de haver uma posição conjunta dos BRICS sobre a Venezuela. Muito menos de chegar a um acordo antes da reunião que teremos em Brasília em novembro", concluiu.

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