Rússia considera 'inaceitável' culpar o Irã pelas tensões no Oriente Médio

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Nikolai Patrushev durante um encontro com Vladimir Putin. Foto de arquivo - Sputnik Brasil
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É errado rotular o Irã como a principal ameaça para o Oriente Médio, advertiu uma alta autoridade de segurança da Rússia, ao mesmo tempo em que enfatizou que os dados produzidos pelos EUA não são suficientes para culpar os iranianos pelos recentes ataques de petroleiros.

"O Irã foi e continua sendo nosso aliado e parceiro", declarou nesta terça-feira o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev.

"Nesse sentido, quaisquer tentativas de retratar Teerã como a principal ameaça à segurança regional, quanto mais incluí-lo junto ao Daesh e outras organizações terroristas, são inaceitáveis para nós", acrescentou.

O alto funcionário fez suas declarações em Jerusalém após uma reunião com o conselheiro de segurança nacional do presidente estadunidense Donald Trump, John Bolton, e seu colega israelense, Meir Ben-Shabbat, ambos os quais entraram em confronto com os russos sobre suas opiniões sobre o Irã.

Os EUA culpam Teerã por atacar dois petroleiros no golfo de Omã em 13 de junho (que o Irã nega), e anunciaram novas sanções em resposta ao fato de o Irã ter derrubado um avião não tripulado dos Estados Unidos que violou seu espaço aéreo na semana passada.

Bolton acusou a República Islâmica de uma "rodada de provocações violentas" no exterior, incluindo "ameaças ao fornecimento global de petróleo". O Irã é "uma fonte de beligerância e agressão no Oriente Médio", prosseguiu. A mesma postura foi expressa pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que disse que o Irã "intensificou" os ataques contra Tel Aviv e Washington.

© REUTERS / ISNA/HandoutPetroleiro após ter sido atacado no golfo de Omã, 13 de junho de 2019
Rússia considera 'inaceitável' culpar o Irã pelas tensões no Oriente Médio - Sputnik Brasil
Petroleiro após ter sido atacado no golfo de Omã, 13 de junho de 2019

Como evidência do suposto envolvimento iraniano nos ataques ao petroleiro, o Pentágono compartilhou um vídeo granulado do que disseram ser marinheiros iranianos removendo uma mina que não funcionou bem do casco do navio. Nikolai Patrushev descartou a gravação como "informação de baixa qualidade" que, por si só, "não permite que nenhuma decisão seja tomada".

"Deve haver uma investigação objetiva, e não apenas colocar a culpa em alguém, mas na verdade descobrir o que aconteceu", avaliou.

Moscou há muito pede que todos os lados demonstrem moderação e tenham uma abordagem equilibrada ao conflito, sem ameaças e sanções. O ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, ponderou que a nova rodada de restrições dos EUA ao Irã "envia um sinal de que a situação está caminhando para um cenário muito ruim".

Lavrov afirmou que a situação atual o "lembra" do início de 2003, quando os EUA tentaram construir um caso para a invasão do Iraque. Naquela época, Washington afirmou que o líder iraquiano Saddam Hussein estava estocando armas de destruição em massa, o que se comprovou falso pós-invasão.

"Todos nos lembramos de como isso terminou", finalizou.

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