Qualquer passo errado pode conduzir a confronto aberto entre EUA e Irã, avisa cientista político

© AP Photo / Mindaugas KulbisMilitares norte-americanos perto do sistema de defesa antimíssil Patriot
Militares norte-americanos perto do sistema de defesa antimíssil Patriot - Sputnik Brasil
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No Congresso dos EUA foi feita uma proposta para impedir Trump de realizar uma operação militar contra o Irã.

Entretanto, esta iniciativa pode não partir só do presidente, disse o cientista político Igor Shatrov em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.

Dois congressistas, disseram na terça-feira (25) ter feito uma proposta de alteração ao orçamento militar, que impedirá o presidente estadunidense Donald Trump de iniciar uma operação militar contra o Irã.

Dois membros do Congresso dos EUA, Matt Gaetz e Ro Khanna, propuseram uma emenda que impedirá o financiamento deste tipo de operações . O Congresso dos EUA controla na totalidade os gastos do orçamento.

Congressistas querem impedir Trump de iniciar guerra com Irã

"Na semana passada, nós testemunhamos que presidente Donald Trump estava apenas a poucos minutos de iniciar um ataque contra o Irã, empurrando os EUA para mais uma guerra no Oriente Médio, que custaria um trilhão de dólares[..]", disse Ro Khanna em um comunicado.

O congressista Matt Gaetz, que tem apoiado Donald Trump por diversas vezes, afirmou que estas questões devem ser resolvidas pelo Congresso.

"Esta alteração [do orçamento militar] confirma aquilo que o próprio presidente Trump sabe e naquilo que acredita: as guerras inconstitucionais infindáveis e sem propósito no Oriente Médio enfraquecem os EUA, em vez de fortalecê-los. Não podemos deixar o Irã obter armas nucleares ameaçando a paz mundial, mas o Congresso tem decididamente que fazer com que quaisquer ações militares estejam em conformidade com a constituição", disse Matt Gaetz.

Igor Shatrov, cientista político e vice-diretor do Instituto para o Desenvolvimento da Ideologia Moderna, explicou, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, como estas declarações podem ser interpretadas.

"Quaisquer ações tanto por parte do Congresso como por parte de Trump têm que ser encaradas do ponto de vista da nova campanha eleitoral, que na prática já começou. Os oponentes vão tentar conter Trump, ele vai tentar impedi-los de o fazer, e é isso que nós vamos observar no próximo ano e meio", disse Shatrov.

"Penso que tanto os apoiantes como os opositores do conflito com o Irã estão divididos no Congresso dos EUA em partes quase iguais. E esta espécie de cabo de guerra será a intriga principal da política exterior, tal como as relações com a Rússia. Em ambos os casos irá haver um jogo a favor de Trump ou contra Trump",acrescentou o cientista político.

 Situação muito perigosa 

"Julgo que é possível que o conflito com Irã passe do plano da retórica para o plano de ações militares concretas. Não creio que seja uma operação terrestre, mas qualquer coisa poderá acontecer no mar ou no ar, é possível que haja provocações. Não se pode dizer ao certo de quem partirá a iniciativa, está tudo muito incerto e qualquer passo descuidado de uma das partes pode transformar o conflito em um "confronto aberto", opina Shatrov.

Na última semana, as forças iranianas derrubaram um drone espião norte-americano que violou o espaço aéreo do país, perto do estreito de Ormuz.

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