Surgem 4 suspeitos na investigação sobre queda do avião do voo MH17

© REUTERS / Michael KoorenFragmentos do avião MH17 durante apresntação de relatório na Holanda
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Investigadores da queda do avião do voo MH17, que foi derrubado não muito longe da cidade de Donetsk em 2014, nomearam quatro suspeitos, incluindo três russos e um ucraniano, de terem causado a queda, de acordo com um parente de uma vítima.

Representantes da equipe investigativa confirmaram que os quatro suspeitos nomeados vão ser julgados em 9 de março de 2020 na Holanda. Investigadores também anunciaram que serão emitidas ordens internacionais para prisão dos quatros suspeitos. Os suspeitos vão enfrentar acusações de homicídio, segundo investigadores.

"Eles nos deram os nomes de quatro pessoas. São três russos e um ucraniano; são Girkin, Pulatov, Dubinsky, Kharchenko", afirmou parente da vítima. A Holanda vai enviar solicitação para Rússia e Ucrânia para interrogar russos Igor Girkin, Sergei Dubinsky, Oleg Pulatov e ucraniano Leonid Kharchenko.

Autores do crime segundo lei holandesa

"Trabalharam em estreita colaboração para conseguir o sistema de defesa antiaérea Buk e levaram-no ao ponto de lançamento para abater o avião. Assim, todos os quatro podem ser considerados suspeitos de estarem envolvidos na queda do voo MH17", afirmou na quarta-feira (19) um representante da Equipe Conjunta de Investigação (JIT).

Segundo representante, a lei holandesa considera que os indivíduos que não estavam pessoalmente presentes no local do crime desempenharam um papel organizacional importante e devem ser punidos como autores do crime.

"Os suspeitos expostos causam suspeita pelas [suas ações] terem resultado na queda do MH17 e na morte de todas as pessoas a bordo. Claro que estamos abertos à reação direta de suspeitos [...] Se eles quiserem explicar sua função diretamente, gostaríamos de ouvi-los", adicionou.

Reação de suspeitos às acusações

Como evidência do envolvimento da Rússia, foram apresentados anteriormente fotos e outros dados de redes sociais. O ex-chefe do serviço de inteligência da autoproclamada República Popular de Donetsk, Sergei Dubinsky, vive na Rússia e não tem nada a ver com o desastre do Boeing da Malásia em Donbass, disse à mídia russa um representante de Dubinsky, que está na lista de suspeitos.

Ao mesmo tempo, Dubinsky não vai prestar depoimento sobre o acidente do voo MH17. "Ele não vai para nenhum tribunal, não vai prestar depoimento nenhum, porque não há nada a dizer. Ele também não vai para o Ocidente", afirma representante. O ex-ministro da Defesa da autoproclamada República Popular de Donetsk, Igor Girkin, também afirmou que não vai prestar depoimento. Segundo ele, milícia não tem nada a ver com o desastre.

Exclusão da Rússia da investigação

A Rússia, que foi excluída da investigação, negou repetidamente as acusações sobre estar envolvida na tragédia, argumentando ter fornecido à Equipe Conjunta de Investigação (JIT), liderada pela Holanda, provas de que foram os sistemas Buk da Ucrânia que atingiram o Boeing. A informação, dada por Moscou, acabou sendo ignorada pelos investigadores.

No fim do mês passado, o primeiro-ministro malaio Mahathir Mohamad manifestou indignação pela investigação do acidente de 2014 de um Boeing operado pela Malaysia Airlines na Ucrânia não ter sido conduzida de forma imparcial com a participação de Kuala Lumpur. Segundo ele, a investigação foi centrada simplesmente na atribuição da culpa à Rússia por razões políticas.

Acidente de 2014 do Boing-777

O voo MH17, que seguia trajeto de Amsterdã a Kuala Lumpur, foi derrubado perto de Donetsk em 17 de julho de 2014. Todos os 298 passageiros, em sua grande maioria holandeses, e tripulantes morreram. Kiev acusou as milícias locais da República Popular de Donetsk de terem derrubado o avião, enquanto elas, por sua vez, disseram ser desprovidas de armas capazes de derrubar a aeronave.

Desde abril de 2014, a Ucrânia realiza uma operação contra milícias na parte oriental de seu território, onde as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e de Lugansk se formaram, após um golpe de Estado em Kiev, em fevereiro do mesmo ano.

Os acordos de Minsk, assinados em setembro de 2014 e fevereiro 2015, lançaram as bases para uma solução política do conflito, mas não resultaram, até o momento, no fim da violência. Segundo a ONU, 13 mil pessoas foram mortas durante o conflito.

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