Como o sistema S-400 se transformou em arma política, prejudicando os EUA

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Embora se trate de um sistema de defesa, o S-400 russo está causando cada vez mais danos políticos a Washington, que se opõem categoricamente à exportação destes mísseis interceptores.

Segundo o colunista do jornal russo Vzglyad, tendo em conta o fracasso das tentativas dos EUA de impedirem as vendas destes sistemas de defesa aérea a outros países, os S-400 podem ser classificados como arma geopolítica.

Para além disso, estes sistemas são um bom indicador de como o balanço de forças na arena internacional está mudando, especialmente após a Lei de Contenção de Adversários da América Através de Sanções (CAATSA) ter sido promulgada.

Os americanos previam que, com a ajuda desta lei, seria possível limitar as vendas de armas russas no mercado internacional, especialmente quando se trata de aliados dos Estados Unidos na área do equipamento bélico, sublinha Akopov.

De acordo com ele, pelo contrário, a pressão que essa lei exerce leva os países a virarem as costas aos EUA. Obviamente que este efeito causa graves danos à imagem dos EUA, uma vez que as rejeições são feitas publicamente em resposta ao ultimato norte-americano.

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Atualmente podemos observar esta situação simultaneamente em 3 países: a Turquia, a Índia e o Irã. A verdade é que a política de oposição aberta à exportação dos S-400 faz com que os EUA deem um tiro no seu próprio pé em vez de causarem danos à Rússia, destaca o colunista.

Ao longo de muitos meses, os EUA têm pressionado Ancara e até chantageado o seu aliado da OTAN para que desista do acordo de compra dos sistemas de defesa aérea russos S-400.

Ainda assim, o presidente norte-americano aceitou a proposta do seu homólogo turco de criar um grupo de trabalho conjunto para avaliar a compatibilidade dos caças norte-americanos F-35 com os sistemas russos S-400, reduzindo assim os temores de Washington.

"Por outras palavras, os EUA deram o primeiro passo para renunciar às suas próprias ameaças de bloquear o fornecimento de seus aviões furtivos à Turquia e de retirar este país do seu programa de fabricação", aponta o colunista.

Desta forma, a chantagem não levou a lado nenhum, e agora será a vez de Washington recuar e aceitar a promessa turca de que os caças norte-americanos serão implantados fora do alcance dos sistemas de defesa aérea russos.

Desse modo, estamos vendo uma derrota completa dos EUA neste confronto político.

Segundo Akopov, o Irã é outro país onde ocorre um confronto com os EUA por causa da compra dos sistemas S-400, no entanto aqui as coisas são mais complicadas.

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O colunista recordou que a Bloomberg havia divulgado uma notícia falsa de que a Rússia teria recusado vender os seus sistemas S-400 ao país persa.

No entanto, Moscou desmentiu a notícia, cujo principal objetivo era interferir nas relações entre Moscou e Teerã. De acordo com Akopov, a Bloomberg tentou trazer à luz acontecimentos que ocorreram há uma década, quando, a pedido dos EUA e de Israel, a venda dos sistemas S-300 ao Irã foi cancelada.

Porém, a situação agora é completamente diferente e a cooperação entre Moscou e Teerã está em um novo nível. O Irã já recebeu os S-300, mas não tem intenções de comprar os S-400. Até ao momento não houve qualquer encomenda, por isso mesmo não poderia haver uma recusa.

"Aqui há uma tentativa clara de comprometer as relações entre os dois países. Manchetes como 'O contrato de venda dos S-400 foi cancelado' são particularmente surpreendentes, dado nem sequer ter havido conversações sobre o fornecimento dos S-400", sublinhou Akopov.

Entretanto, tendo em contra o número de países que estão interessados nos sistemas de defesa aérea russos S-400, o único fator que limita o seu fornecimento é a capacidade de produção, que seguirá crescendo ao ritmo do crescimento da influência da Rússia.

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