EUA avisam companhias aéreas que podem derrubar aviões 'por engano' no golfo Pérsico

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Em uma lembrança assustadora da queda do voo 655 da Iran Air por um míssil norte-americano, um aviso da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) disse que aeronaves civis sobrevoando o golfo Pérsico e o golfo de Omã estão atualmente em risco de "erros de cálculo ou erros de identificação".

Um Aviso aos Militares Aéreos (NOTAM) publicado pela FAA na noite de quinta-feira informou que o risco se origina de "atividades militares intensificadas e aumento das tensões políticas" na área. Aviões que operam na região também podem "encontrar interferência de GPS inadvertida e outras interferências de comunicação", destacou o alerta.

A tensão na proximidade do Irã ocorre quando os EUA mobilizaram ativos militares adicionais na região, incluindo um grupo de ataque de porta-aviões e uma bateria de mísseis antiaéreos Patriot. Washington disse que foi uma resposta a uma ameaça indefinida apresentada pelas forças iranianas. Os EUA também retiraram pessoal não essencial das missões diplomáticas no Iraque. A demonstração de força teria sido provocada pela inteligência fornecida por Israel.

Militares do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Para alguns, o alerta da FAA pode trazer de volta a lembrança sombria do incidente de 1988, em que um destroier de mísseis guiados norte-americanos derrubou um avião iraniano, matando 290 pessoas a bordo. O incidente aconteceu dois meses depois que os Estados Unidos afundaram uma fragata iraniana e uma canhoneira em retaliação a um incidente alguns dias antes, no qual um navio de guerra dos EUA atingiu uma mina iraniana.

Washington disse que a tripulação do USS Vincennes identificou erroneamente o voo 655 da Iran Air para um avião de guerra tentando atacar o navio de guerra e agiu em legítima defesa. O governo rejeitou as acusações de que membros do serviço militar dos EUA haviam agido de forma imprudente, com o presidente George H.W. Bush fazendo uma declaração infame: "Eu nunca vou pedir desculpas pelos Estados Unidos. Eu não me importo com o que os fatos são […] Eu não sou um tipo de desculpas pela América".

Os EUA pagaram indenização às famílias das vítimas, mas nunca aceitaram responsabilidade legal ou pediram desculpas a Teerã.

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