Ninguém na Europa quer um 2º Iraque, diz líder austríaco sobre a crise EUA-Irã

© REUTERS / Wissm al-OkiliPessoas se juntam no lugar de uma explosão no bairro de Sadr City em Bagdá, Iraque.
Pessoas se juntam no lugar de uma explosão no bairro de Sadr City em Bagdá, Iraque. - Sputnik Brasil
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A campanha de pressão máxima imprudente dos EUA contra o Irã e nações que lidam com isso é profundamente provocativa e prejudica as relações internacionais, declarou o presidente austríaco Alexander Van der Bellen, alertando contra uma grande "crise".

Falando em uma conferência de imprensa conjunta com o presidente russo Vladimir Putin em Sochi nesta quarta-feira, Van der Bellen criticou as sanções dos Estados Unidos contra o Irã dizendo que tais políticas "não ajudam as relações internacionais" e só erodem o sistema de tratados globais.

"O fato de os EUA terem se retirado do acordo nuclear iraniano mina a confiança neste acordo em geral", afirmou o austríaco a jornalistas.

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"É particularmente provocativo que os EUA voltem a impor suas sanções contra o Irã depois de se retirarem do acordo e ameaçarem as empresas, que continuaram a trabalhar com Teerã, com punição", acrescentou.

O líder da Áustria também admitiu que a Europa até agora não conseguiu "criar um mecanismo que ajudasse as empresas a contornar efetivamente" as restrições dos EUA. Ele também mencionou que a criação de tal instrumento é uma tarefa "muito trabalhosa".

Van der Bellen então advertiu os EUA contra seguirem o caminho que escolheram, dizendo que qualquer pressão adicional que Washington colocar sobre o Irã "vai minar as relações políticas" na arena internacional "ainda mais".

"Se os EUA continuarem pressionando o Irã, toda a situação corre o risco de se transformar em outra grande crise como aconteceu no Iraque há alguns anos", alertou o presidente, sem dar mais detalhes. "Ninguém na Europa quer que isso aconteça".

As palavras de Van der Bellen surgiram em meio a temores crescentes de que um conflito militar poderia irromper entre os EUA e o Irã. Essas preocupações foram ainda mais alimentadas pela decisão dos EUA de retirar todos os funcionários não essenciais de sua embaixada na capital iraquiana de Bagdá e um consulado na cidade de Erbil, no norte do Iraque.

Os desenvolvimentos levaram a Alemanha e a Holanda a suspender temporariamente suas missões destinadas a treinar as forças iraquianas.

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Mais cedo, o embaixador iraquiano em Moscou disse que Bagdá não deixaria os EUA usarem o território iraquiano no caso de uma guerra contra o Irã, acrescentando que não está interessado em outro conflito "devastador" na região.

Washington enviou o grupo de ataques aéreos USS Abraham Lincoln, além de bombardeiros B-52, para "enviar uma mensagem" ao Irã, citando constantemente uma ameaça supostamente maior de Teerã e criticando os de seus aliados que duvidavam da afirmação.

O presidente dos EUA, Donald Trump, recentemente desmentiu uma reportagem do jornal The New York Times sobre um plano para enviar "120 mil soldados" para o Oriente Médio como "notícias falsas", dizendo que "esperamos que" não seja necessário. Ele acrescentou, no entanto, que se chegasse a um conflito quente, "enviaríamos muito mais tropas do que isso".

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