Especialistas comentam últimos lançamentos de mísseis de Pyongyang e suas implicações

© REUTERS / KCNA/via REUTERS Míssil que a Coreia do Norte afirma ser intercontinental (imagem referencial)
Míssil que a Coreia do Norte afirma ser intercontinental (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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Coreia do Norte realizou novos lançamentos de projéteis não identificados no dia 9 de abril e a agência Sputnik falou com especialistas sobre de que novo armamento pode dispor o Exército norte-coreano e que consequências vão ter estes exercícios militares.

Kim Dong-yup, professor no Instituto de Estudos do Extremo Oriente da Universidade de Kyungnam, indicou que se nos concentrarmos apenas no alcance dos lançamentos, então (o foguete que voou) 420 km pode ser um Scud C, e o que voou 270 km — um Scud B.

"Mas, dado o fato que as altitudes de voo de ambos não excederam 50 km, é duvidoso que Scud tenham sido lançados em um ângulo baixo. Além disso, o local de lançamento foi Kusong, onde até agora eram testados novos tipos de mísseis, como o Musudan ou o Pukkykson", disse Kim Dong-yup.

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O professor explica que seria estranho se eles mudassem os velhos Scud para Kusong e os lançassem de lá. Tanto mais que o Scud é um míssil balístico de curto alcance e isso seria uma violação das sanções da ONU. Segundo o especialista, a Coreia do Norte já afirmou que não iria ter em consideração as sanções e que, ao declarar uma moratória sobre os lançamentos de mísseis, falou apenas dos mísseis de médio e longo alcance.

"Mas não de mísseis de curto alcance, pelo que pode muito bem responder que os lançamentos de Scud não violaram os termos das negociações. No entanto, uma altitude de 50 km sugere que foi um lançamento de armas táticas guiadas, do "Iskander norte-coreano", também lançado recentemente da península de Hodo."

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Kim Dong-yup indica que, seguindo a liderança de Kim Jong no processo de desenvolvimento em novembro do ano passado e abril deste ano, o míssil foi lançado a 240 km desde Hodo [nas margens do Mar do Japão], e agora foi desde o interior do país, talvez para demonstrar a estabilidade e confiabilidade das novas armas.

O especialista refere que, se rodarmos a bússola, 270 km a partir de Kusong é aproximadamente a distância de Seul, e a 420 km de Kusong não ficam Hosan e Pyongtaek, onde estão localizadas as bases militares dos EUA, mas aproximadamente Daejeon e Gyeryongdae, onde estão localizados os principais centros de comando do exército sul-coreano.

"Mas por que acontece tudo isto? Na minha opinião, também há insatisfação com a situação atual, mas, antes de mais, isso é um sinal para não tentarem cativar ou alterar a posição de Pyongyang relativamente à ajuda alimentar. Parece que os norte-coreanos estão a deixar claro que não farão concessões nem desistirão, pelo que os parceiros têm de alterar os seus cálculos."

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Cheong Seong-Chang, vice-presidente do Planejamento de Pesquisa do Instituto Sejong, também comentou o recente lançamento. Segundo ele, parece que Pyongyang quer demonstrar ao mundo as capacidades ameaçadoras dos seus mísseis, que nem mesmo o THAAD poderá interceptar, com a ajuda dos atuais ensaios de mísseis e, por conseguinte, acalmar os militares, que estão insatisfeitos com as negociações sobre a desnuclearização.

"Além disso, os atuais lançamentos da Coreia do Norte parecem se destinar a pôr termo aos exercícios militares conjuntos EUA-Coreia do Sul, que são considerados uma ameaça por Pyongyang, no decurso do diálogo intercoreano e EUA-Coreia do Norte. E a futura estratégia da Coreia do Norte será o levantamento de questões de segurança", adicionou.

O especialista afirma que, se Pyongyang for guiada por tais cálculos, é provável que os lançamentos de mísseis de curto alcance continuem em um futuro próximo. Na opinião dele, nestas circunstâncias Seul deverá adiar o envio de ajuda humanitária a Pyongyang até que a situação de segurança seja resolvida, a fim de evitar erros de cálculo por parte da Coreia do Norte e evitar más interpretações na Coreia do Sul e nos EUA.

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