Analistas: Guaidó apoia intervenção dos EUA após perder credibilidade entre oposição

© AP Photo / Fernando LlanoLíder da oposição venezuelana e presidente autoproclamado, Juan Guaidó, fala com os apoiadores perto da base aérea La Carlota, em Caracas
Líder da oposição venezuelana e presidente autoproclamado, Juan Guaidó, fala com os apoiadores perto da base aérea La Carlota, em Caracas - Sputnik Brasil
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Especialistas acreditam que, enquanto a administração Trump está pronta para explorar os recursos da Venezuela, o líder opositor venezuelano Juan Guaidó está desesperado pedindo a Washington que intervenha no país.

Steve Ellner, editor-chefe da revista Latin American Perspectives, disse à Sputnik Internacional que o golpe de Estado fracassado do dia 30 de abril forçou Guaidó a tomar medidas mais drásticas.

"Três vezes neste ano - em 23 de janeiro, 23 de fevereiro e mais recentemente em 30 de abril - Guaidó assegurou aos seus seguidores que Maduro seria deposto em questão de dias. Como resultado dessas três derrotas, Guaidó perdeu credibilidade entre as fileiras da oposição. Seu apoio à intervenção militar norte-americana deve ser visto nesse contexto", disse Ellner.

Segundo pesquisas de opinião pública, a grande maioria dos venezuelanos se opõe à intervenção militar dos EUA na Venezuela.

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O jornalista ressalta que o grupo de radicais oposicionistas incluem líderes como Antonio Ledezma, que usa o eufemismo "intervenção humanitária" para se referir à invasão militar, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que afirma que a intervenção militar norte-americana na Venezuela não violaria o direito internacional, Diego Arria, que afirma que uma intervenção norte-americana seria bem recebida pelo povo venezuelano, e, finalmente, o líder sindical exilado Carlos Ortega, que liderou duas tentativas de derrubar o então presidente Hugo Chávez em 2002-2003.

Na terça-feira (7), Maduro disse que os Estados Unidos querem intervir para assumir o controle dos recursos petrolíferos do país e de outras riquezas naturais, e convocou a comunidade internacional a condenar os planos de intervenção americana e "deter a loucura de Donald Trump".

A Venezuela possui uma das maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, e Guaidó prometeu deixar as corporações americanas explorarem-na, privatizando a indústria petrolífera.

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O ex-presidente Hugo Chávez, que liderou a Venezuela de 1999 a 2013, nacionalizou a indústria petrolífera do país, tendo expulsado grandes produtores de petróleo americanos e internacionais, como a Exxon Mobil, Chevron e BP.

O professor de Relações Internacionais da Universidade de Pittsburgh, Michael Brenner, acredita que o único debate entre os formuladores de políticas de Washington relativamente a Caracas é se os EUA devem continuar apoiando um fantoche como Guaidó ou se devem lançar uma invasão militar completa.

"Os EUA estão voltando ao estilo imperialista do século 19, pela coerção.[...] Vejo a resposta como uma mistura de domínio global do neoliberalismo pelas elites plutocráticas e tropas armadas, sendo movimentos neofascistas que os EUA estão modelando", afirmou Brenner.

No dia 30 de abril, Guaidó noticiou em todo o mundo que uma insurreição militar estava em andamento para derrubar o presidente Nicolás Maduro, porém, a ação fracassou.

Os Estados Unidos e 54 outros países reconheceram Guaidó após a sua autoproclamação a presidente interino da Venezuela no dia 23 de janeiro. Rússia, China e vários outros países disseram que reconhecem Maduro, eleito constitucionalmente, como o único presidente legítimo do país latino-americano.

As opiniões expressas pelos analistas neste artigo não refletem necessariamente as da Sputnik.

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