China rejeita negociar tratado nuclear com Estados Unidos e Rússia

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Um alto funcionário chinês rejeitou a sugestão de que a China estaria participando de discussões com a Rússia e os EUA sobre a limitação de armas nucleares, dizendo que não tem intenção de "participar de qualquer negociação trilateral".

Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse durante briefing diário que as potenciais negociações sobre o estoque nuclear de Pequim estão no "nível mais baixo" de suas necessidades de segurança nacional. O arsenal nuclear da China é consideravelmente menor que os de Moscou e Washington.

"A China se opõe a que qualquer país sobre a questão do controle de armas e não participará de nenhuma negociação trilateral sobre um acordo de desarmamento nuclear", disse Geng, respondendo a um inquérito sobre as declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, de acordo com a Reuters.

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O funcionário continuou dizendo que a China defende a proibição e a destruição completa de todas as armas nucleares. Geng afirmou ainda que os países com as maiores reservas de armas nucleares têm a responsabilidade de "reduzir as armas nucleares de maneira verificável e irreversível".

Depois de uma conversa telefônica com o presidente russo, Vladimir Putin, na semana passada, Trump disse a repórteres que ambos os líderes falaram sobre a possibilidade de um novo acordo nuclear "muito em breve" e que a China poderia ser acrescentada posteriormente.

"Acho que vamos começar algo muito em breve entre a Rússia e nós mesmos e acho que a China será adicionada mais adiante", disse Trump na sexta-feira. "Nós falaremos sobre não proliferação. Nós falaremos sobre um acordo nuclear de algum tipo. E eu acho que será muito abrangente."

Trump já havia abordado o assunto no início de abril, quando recebeu o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, para negociações comerciais, informou a Washington Examiner. Na época, Liu mostrou interesse no assunto, dizendo que pensava ser "uma ideia muito boa".

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A menção de negociações trilaterais sobre armas nucleares vem à medida que aumenta a incerteza sobre se o novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START), que deve expirar em dois anos, será estendido por cinco anos pela Rússia ou pelos Estados Unidos. O tratado da era Obama limita o número de ogivas nucleares que a Rússia e os EUA podem implementar em 1.550. O acordo também impõe limitações ao uso de mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) e lançadores de ICBM.

Em janeiro de 2019, o governo Trump anunciou que os EUA estavam oficialmente se retirando do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), alegando que a Rússia havia violado os termos do acordo de 1987. Abordando o assunto durante seu discurso sobre o Estado da União, Trump ressaltou que a Rússia "violou repetidamente" os termos do tratado, uma alegação que a Rússia rejeitou.

Após o anúncio da saída, o fiscalizador de resíduos radioativos da Beyond Nuclear, Kevin Kamps, disse à Sputnik que se o novo tratado START "também desaparecer, poderemos ver em corrida armamentista entre todos esses países".

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