Boeing teria ocultado problemas do 737 MAX por um ano, aponta relatório

© REUTERS / Jason RedmondBoeing 737 MAX pousa no aeroporto de Seattle, Washington
Boeing 737 MAX pousa no aeroporto de Seattle, Washington - Sputnik Brasil
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A Boeing, empresa norte-americana, está sendo investigada depois de duas de suas aeronaves mais vendidas terem caído em cinco meses, provocando a morte de 346 pessoas.

Com a mídia apontando um comportamento suspeito da empresa após o acidente com uma de suas aeronaves, operadas pela companhia aérea Lion Air em outubro, novos relatórios sugerem que a Boeing não foi informada sobre os problemas do sistema de alerta do novo avião da empresa.

Segundo o jornal The Wall Street, autoridades do setor da aviação e do governo disseram que a Boeing Co., sediada em Chicago, tinha há um ano conhecimento do problema envolvendo o alerta de segurança na cabine da aeronave Boeing 737 MAX, antes mesmo que uma dessas aeronaves caísse na Indonésia em outubro de 2018.

Contudo, a empresa não forneceu explicações consistentes aos pilotos e às operadoras após o primeiro acidente com a aeronave, tornando-se "mais aberta" às companhias aéreas somente após o segundo acidente envolvendo o 737 MAX, que caiu na Etiópia.

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Um recente relatório sobre o alerta de desacordo dos sensores de ângulo de ataque (AOA, na sigla em inglês), revelou que os engenheiros da Boeing encontraram problemas no software do sistema, afirmando não cumprir os requisitos exigidos, em 2017, meses depois de iniciar a entrega das aeronaves 737 MAX.

A empresa também admitiu que o software ativou o AOA, mostrando que os sensores AOA se contradizem apenas se a aeronave tiver um indicador AOA, que é designado para informar a tripulação sobre o mau funcionamento de um deles, contudo, o indicador era um recurso opcional para as companhias aéreas.

De acordo com a Boeing, uma análise interna concluiu que a questão "não impactou negativamente a segurança da aeronave", ressaltando que os problemas foram descobertos depois da queda do avião da Lion Air.

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"Naquele momento, a Boeing informou para a FAA [Administração Federal de Aviação] que os engenheiros da Boeing identificaram a questão do software em 2017 e determinou por padrão da Boeing que o processo em questão não impactou negativamente a segurança ou operação da aeronave", indica o relatório da empresa.

Vale destacar que as leituras equivocadas de sensores AOA que fizeram computadores da aeronave direcionar o jato para baixo foram relacionadas às quedas de aviões 737 MAX na Indonésia e na Etiópia, de acordo com relatórios preliminares de investigadores.

Após os acidentes envolvendo as aeronaves 737 MAX 8, que mataram 346 pessoas, vários países, incluindo EUA, China, Índia, Egito, Vietnã e EU, bloquearam a aeronave em seu espaço aéreo, enquanto as investigações são realizadas.

Até o momento, o sistema de aumento de características de manobra (MCAS) tem sido julgado como possível causa dos acidentes envolvendo as aeronaves da Boeing.

O MCAS foi projetado como um recurso de segurança. Quando o MCAS detecta que o avião está subindo em um ângulo vertical elevado sem a velocidade necessária, que eleva as chances de estolagem (perda de sustentação aerodinâmica) da aeronave, ele move o estabilizador horizontal na cauda para levar o nariz do avião para baixo.

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