Venezuela não espera que países da UE apoiem ações militares dos EUA, diz embaixadora

© Sputnik / Carlos Herrera / Acessar o banco de imagensVenezuelanos se reúnem nas ruas de Caracas para se manifestar a favor de Nicolás Maduro
Venezuelanos se reúnem nas ruas de Caracas para se manifestar a favor de Nicolás Maduro - Sputnik Brasil
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A Venezuela não espera que a UE apoie as ações militares dos EUA no país, disse a embaixadora venezuelana na UE, Claudia Salerno Caldera, acrescentando que as medidas unilaterais adotadas por Washington podem amanhã ser aplicadas não apenas contra a Venezuela, mas contra qualquer Estado.

"Os países europeus já declararam que seriam contra disso. Durante o segundo encontro do grupo de contato, sua posição foi firme. Sim, na prática, os EUA ficarão sozinhos", disse a embaixadora em entrevista à Sputnik.

Além disso, Claudia Caldera apelou à comunidade internacional para tirar conclusões dessa situação.

"Eles [os EUA] violam tudo, tanto o regime de paz, como o regime de guerra. Acredito que todos são interessados em definir o âmbito do que os EUA fazem, porque se hoje fazem isso com a Venezuela, amanhã podem fazê-lo com qualquer outro país, essas medidas unilaterais violam o direito internacional e podem atingir qualquer um", afirmou.

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A embaixadora declarou que os EUA estão pressionando os países europeus para ampliarem as sanções contra a Venezuela, mas que esse desenvolvimento dos acontecimentos é pouco provável porque a UE entende os riscos dessas ações.

"Não espero a introdução desse tipo de sanções [econômicas] por parte da UE porque há diferença nas relações. Nossas relações com os americanos historicamente são mais comerciais e financeiras, enquanto a situação com os europeus é bem diferente. Temos quase dois milhões de pessoas com dupla nacionalidade, pessoas com ligações na segunda e terceira geração […] Nossas relações com os europeus são completamente diferentes, um nível completamente diferente de laços", apontou a diplomata, sublinhando que os países da UE "pensam sobre as consequências de forma mais séria que Donald Trump".

Claudia Caldera disse também que a Venezuela está pronta para se defender de qualquer intervenção externa com todos os meios disponíveis e que o país se tornou vítima de um bloqueio ilegal, mas não se tornará vítima de uma intervenção.

"Sabemos que nos tornamos vítimas de bloqueio por parte dos EUA, mas não nos tornaremos vítimas de uma intervenção, nos defenderemos com todos os meios que temos, não permitiremos uma intervenção americana", afirmou.

A tensão política na Venezuela aumentou desde que, em 23 de janeiro, o líder da oposição Juan Guaidó se declarou presidente interino do país.

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Por sua vez, Maduro acusou Washington de organizar uma tentativa de golpe e anunciou o rompimento das relações diplomáticas com os EUA.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que todas as opções para o que ele descreveu como "restauração da democracia" na Venezuela continuam na mesa, incluindo a intervenção militar.

Na terça-feira (30) Guaidó lançou a chamada Operação Liberdade para retirar Nicolás Maduro do poder.

Em vídeo publicado no Twitter, Guaidó aparece ao lado de militares e do líder oposicionista Leopoldo López, que estava preso desde 2014 e foi libertado pelos rebeldes, na base aérea La Carlota, em Caracas. Guaidó pede uma "luta não violenta", diz ter os militares do seu lado e afirma que "o momento é agora".

Maduro, por sua vez, afirmou que os principais comandantes militares mantêm lealdade ao seu governo e pediu a "máxima mobilização popular para assegurar a vitória da paz."

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