Netanyahu é reeleito premiê de Israel

© AP Photo / Sebastian ScheinerPrimeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na reunião semanal de gabinete em Jerusalém, 16 de setembro de 2018
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O principal rival do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu admitiu a derrota nesta quarta-feira (10) e prometeu fazer uma vigorosa oposição após o partido governista Likud e seus aliados nacionalistas conseguirem uma maioria sólida nas eleições parlamentares.

Netanyahu está próximo de um histórico 5° mandato como premiê. Com 97,4% dos votos contados, o resultado final do pleito deverá ser anunciado na quinta-feira (11).

Pesquisas de boca de urna indicavam um possível empate com o Likud de Netanyahu e o Partido Azul e Branco, do oposicionista Benny Gantz, com 35 cadeiras cada um no Parlamento. Entretanto, o partido de Netanyahu deverá conseguir 65 das 120 cadeiras após aliança com outros partidos. Alguns pequenos partidos ainda estão à beira do limiar eleitoral e lutam pela sobrevivência, de modo que a composição final do próximo Parlamento pode mudar um pouco.

O Azul e Branco, liderados pelo ex-chefe militar Benny Gantz e Yair Lapid, ex-ministro do gabinete de Netanyahu, obtiveram cerca de 26% dos votos — um pouco menos que o Likud de Netanyahu.

Lapid, o segundo líder do partido, disse que seu partido "mostraria ao povo de Israel como é uma alternativa real".

"Não vencemos nesta eleição. Respeito os eleitores e respeito a decisão deles, mas olho em volta e vejo a melhor ferramenta para a vitória na próxima eleição", disse Lapid em coletiva de imprensa ao lado de Gantz e de outros dois ex-militares do partido.

O resultado confirmou a contínua inclinação de Israel para a direita e diminuiu as esperanças de uma solução negociada para o conflito com a Palestina. A reeleição também dará a Netanyahu um impulso importante, já que ele se prepara para a possibilidade de enfrentar acusações criminais em uma série de escândalos de corrupção.

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Lapid prometeu que Azul e Branco "amargariam as vidas" de Netanyahu e seus aliados — e pressionaria por investigações sobre outras possíveis casos de corrupção do premiê.

"Vamos transformar o Knesset [Parlamento] em um campo de batalha", disse Lapid.

Israel deverá passar por semanas de negociação para encontrar uma coalizão de governo.

Mas sob quase todos os cenários, Netanyahu foi o grande vencedor.

Ele havia lutado contra uma forte e feia corrida contra Gantz, cujo novo partido surgiu como uma alternativa viável após uma década de Netanyahu no poder. Mas a maior parte de seus votos parecem ter sido às custas dos piores resultados da história de partidos de esquerda e trabalhistas.

Gantz, que havia declarado vitória na noite da eleição, disse na quarta-feira que seu partido "respeitará a decisão do povo e nós respeitaremos a decisão do presidente".

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O foco agora recai sobre o presidente Reuven Rivlin, que vai consultar os representantes do partido na próxima semana antes de escolher o candidato com a melhor chance de montar uma maioria parlamentar.

Juntamente com seus atuais parceiros ultra-ortodoxos e nacionalistas judeus, Netanyahu parece ter um caminho claro para construir um governo de coalizão que tenha maioria no parlamento.

Rivlin disse que, pela primeira vez, suas discussões com os líderes partidários seriam transmitidas na televisão ao vivo "em nome da transparência".

Com uma vitória, Netanyahu conquistaria o quarto mandato consecutivo e o quinto mandato no total. Isso o tornaria o líder que mais governou Israel em toda a sua história, superando o fundador do Estado israelense David Ben-Gurion.

"É uma noite de tremenda vitória", disse Netanyahu a partidários na quarta-feira, acrescentando que ele já havia começado a conversar com partidos de direita e religiosos sobre a formação de uma coalizão.

A mensagem de unidade de Netanyahu contrastou com seu tema de campanha, no qual ele acusou Gantz de conspirar com partidos árabes para derrubá-lo. Líderes árabes acusaram Netanyahu de demonizar a comunidade árabe do país, que é cerca de 20% da população.

Seus ataques ao setor árabe alimentaram pedidos de boicote e pareciam resultar em comparecimento relativamente baixo dos eleitores árabes.

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Embora a questão palestina tenha sido raramente mencionada na campanha estridente, Netanyahu, na reta final, prometeu pela primeira vez anexar partes da Cisjordânia ocupada em uma tentativa desesperada de mobilizar sua base de direita. O premiê já recuou de promessas de campanha antes, mas caso Netanyahu siga com seu plano as chances da formação de um Estado palestino irão diminuir.

Ahmed Majdalani, um assessor do presidente palestino Mahmoud Abbas, disse que os palestinos buscarão a ajuda da comunidade internacional para tentar bloquear a medida. Ele disse que o resultado da eleição significa um impulso para o que ele chamou de "campo de extrema-direita" na política israelense.

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