Crise na Venezuela é uma revolução colorida encenada pelos EUA, afirma cientista político

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O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela pediu à Assembleia Constituinte para retirar a imunidade parlamentar do líder da oposição Juan Guaidó. O cientista político Andrei Suzdaltsev dá sua avaliação do possível desenvolvimento da situação.

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela convocou a Assembleia Constituinte para suspender a imunidade parlamentar do autoproclamado presidente interino venezuelano, Juan Guaidó.

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Anteriormente, a Assembleia Constituinte aprovou a continuidade do processo de investigação contra o líder da oposição do país e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, para  pôr fim à imunidade parlamentar do político.

Durante a reunião, os deputados pediram a criação de tribunais populares para julgamento daqueles que "seguem as instruções dos Estados Unidos, e confisco de suas propriedades". Eles também classificaram as ações de Guaidó como "crime contra a humanidade".

Nessa conexão, o cientista político russo Andrei Suzdaltsev afirmou ao serviço russo da Rádio Sputnik que o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, é apoiado por especialistas americanos em revoluções coloridas.

"Guaidó está bem instruído, preparado, está rodeado por especialistas em revoluções coloridas. É uma revolução colorida típica. Vale levar em consideração que eles marcaram para 6 de abril uma espécie de rebelião, quase derrubada [do governo]. Este é um formato americano, é quase um 'Carnaval'", declarou.

"A Venezuela está completamente dividida — o poder do Estado está dividido, a população está desorientada, há sacrifícios pesados, há dois milhões de refugiados. No entanto, a Venezuela é um país importante não só em escala regional, mas também mundial. É a maior fonte de energia, com as maiores reservas", explicou.

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Segundo avalia o especialista, o Exército venezuelano representa a maior força no país.

"O Exército da Venezuela é o mais poderoso da América Latina. Não há uma solução militar [para a crise no país]. Maduro herdou o exército de Hugo Chávez [ex-presidente da Venezuela], que era oficial do exército e passou toda a vida em contato estreito com os militares. Até o momento o exército apoia Maduro, mas, contudo, vive sua própria vida, um pouco isolada", enfatizou.

Na opinião do cientista político, nenhuma das partes está interessada em uma guerra civil de grande escala.

"Nem as autoridades, nem a oposição se permitem despencar no horror de uma guerra civil", sublinhou.

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Em 23 de janeiro, dois dias depois que o Supremo Tribunal venezuelano anulou sua eleição, Guaidó se autodeclarou presidente interino do país. O presidente venezuelano Nicolás Maduro, que tomou posse para seu segundo mandato presidencial em 10 de janeiro, após vencer as eleições de maio, qualificou a decisão do líder da oposição como uma tentativa de encenar um golpe orquestrado por Washington.

Os Estados Unidos imediatamente reconheceram Guaidó, tendo outros 50 países seguido o exemplo. Rússia, China, Cuba, Bolívia e vários outros países já manifestaram seu apoio ao governo legítimo de Maduro. México e Uruguai se recusaram a reconhecer Guaidó, mas se declararam neutros e promoveram a solução da crise através do diálogo.

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