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Bolsonaro recua de promessa de transferir embaixada para Jerusalém

© AFP 2023 / Debbie HillO presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em coletiva de imprensa em Jerusalém.
O presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em coletiva de imprensa em Jerusalém. - Sputnik Brasil
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O Brasil abriu um escritório de representação comercial em Jerusalém neste domingo (31). A medida é um recuo da promessa de transferir a embaixada brasileira para a cidade disputada.

O anúncio foi feito durante visita do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, um franco admirador do presidente Donald Trump, que quebrou o consenso global ao reconhecer Jerusalém como a capital de Israel no final de 2017 e mudar a embaixada estadunidense para lá. 

Bolsonaro prometia que faria o mesmo. Isso poderia ter sido um impulso para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que espera ganhar um quinto mandato em uma eleição na próxima semana.

Mas altos funcionários brasileiros depois se afastaram da ideia por medo de prejudicar os laços comerciais com os países árabes.

"O Brasil decidiu criar um escritório em Jerusalém para promover comércio, investimento, tecnologia e inovação como parte de sua embaixada em Israel", disse o Ministério das Relações Exteriores em Brasília em comunicado.

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Como a maioria dos países, o Brasil tem uma embaixada em Tel Aviv.

"Espero, e gostaria de acreditar, que este [escritório] é o primeiro passo para a abertura da embaixada brasileira em Jerusalém, quando chegar a hora", disse Netanyahu a repórteres.

Bolsonaro não comentou sobre sua mudança de planos. Seu filho e deputado federal Eduardo disse que demorou meses para que Trump transferisse a embaixada dos EUA. "Estamos no caminho certo", disse Eduardo no Twitter.

Bolsonaro: "Eu amo Israel".

Cumprimentando Bolsonaro no aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv, Netanyahu disse que ele e o líder brasileiro visitarão o Santo Muro das Lamentações "em Jerusalém, nossa eterna capital".

"Eu amo Israel", disse Bolsonaro em hebraico na cerimônia. Mais tarde, ele contou aos repórteres sua devoção cristã à Terra Santa e o senso de afinidade cultural e ideológica com Israel.

O Brasil não reconhece oficialmente Jerusalém como a capital de Israel. A maioria das potências mundiais afirma que o status da cidade só deve ser decidido como parte de um processo de paz com os palestinos.

Israel capturou Jerusalém Oriental junto com a Cisjordânia e Gaza na guerra de 1967 no Oriente Médio. Os palestinos procuram estabelecer um Estado nos territórios, com Jerusalém Oriental como sua capital.

O Ministério das Relações Exteriores palestino condenou a abertura do escritório de Jerusalém pelo Brasil, chamando-o de "flagrante violação da legitimidade internacional [e] de agressão direta contra nosso povo e seus direitos".

Visitando o Brasil para a posse presidencial de 1º de janeiro, Netanyahu disse que Bolsonaro havia dito a ele que transferir a embaixada brasileira para Jerusalém era uma questão de "quando, não se".

Mas a equipe econômica de Bolsonaro e o poderoso lobby agrícola do país desaconselharam a medida.

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O vice-presidente brasileiro Hamilton Mourão, ex-general aposentado, disse à Reuters no mês passado que a embaixada seria uma má ideia porque prejudicaria as exportações brasileiras para os países árabes, incluindo US$ 5 bilhões em vendas de alimentos halal que cumprem as leis alimentares muçulmanas.

Separadamente, no domingo, o ministro da Energia israelense, Yuval Steinitz, disse que a Petrobras, estatal brasileira de petróleo, participará do último leilão de Israel para exploração de petróleo e gás offshore.

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