Especialista: cooperando com Rússia, Venezuela pretende proteger integridade territorial

© Sputnik / Aleksei Nikolsky / Acessar o banco de imagensPresidente russo, Vladimir Putin, com seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro
Presidente russo, Vladimir Putin, com seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro - Sputnik Brasil
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A cooperação militar entre a Venezuela e a Rússia faz parte das políticas do país sul-americano para proteger a integridade de seu território, indica o analista internacional Ernesto Wong.

Em 23 de março, dois aviões russos chegaram à Venezuela com equipamentos e funcionários para honrar os contratos técnico-militares que estão "em processo de cumprimento", segundo asseguraram fontes na embaixada russa à Sputnik.

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Após a chegada das aeronaves, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, declarou que seu país "não tolerará que forças russas continuem chegando à Venezuela".

Na opinião de Wong, a interferência dos EUA nos assuntos internos da Venezuela é uma violação do direito internacional.

"As declarações de Pompeo e de qualquer outro alto funcionário dos EUA que ignore o direito internacional, interferindo nos assuntos internos, são uma violação", indicou o cientista político.

Entretanto, o especialista sublinhou que a Venezuela tem o direito de estabelecer laços e cooperar com qualquer país que queira, inclusive com a Rússia.

"A cooperação entre a Rússia e a Venezuela está formulada, a Venezuela é um país soberano e independente e decide a sua política exterior a partir de seus interesses nacionais para proteger a integridade territorial e, com base disso, toma decisões com qualquer governo com o qual possa compartilhar ideias e cooperar", disse Wong.

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Ao mesmo tempo, o ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, assegurou que o apoio que seu país recebe de Moscou se baseia no respeito ao direito internacional.

"Que cinismo que um país como os EUA, com mais de 800 bases militares no mundo, muitas delas na América Latina, e um orçamento militar crescente de mais de US$ 700 bilhões, pretenda interferir nos programas de cooperação técnico-militar entre a Rússia e a Venezuela!", disse Arreaza no Twitter.

Considerando as ações da parte americana, Wong considera lógico que a Rússia fortaleça seu apoio técnico à Venezuela.

"No quadro da segurança nacional, perante as ameaças provenientes do Comando Sul dos EUA, por parte do secretário de Estado, do conselheiro de Segurança Nacional (John Bolton), do enviado para a Venezuela, Elliott Abrams, é normal que estejam sendo dados passos para reforçar o apoio logístico e técnico da Rússia", indicou.

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Por outro lado, Wong lembrou que Caracas e Moscou não cooperam apenas na área dos acordos militares, são também fornecidos suprimentos médicos para enfrentar o bloqueio econômico que os EUA mantêm contra a nação sul-americana.

A Venezuela enfrenta uma profunda crise política desde que o líder da oposição do país, Juan Guaidó, se declarou presidente interino em 23 de janeiro. Os Estados Unidos e 54 outros países, incluindo o Brasil, reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela. Rússia, China, Cuba, Bolívia, Irã e Turquia, entre outros, continuam apoiando o governo de Maduro.

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