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Estaria Jair Bolsonaro violando regras do Mercosul?

© AP Photo / Susan WalshPresidente Bolsonaro discursa na Câmara de Comércio em Washington, 18 de março de 2019
Presidente Bolsonaro discursa na Câmara de Comércio em Washington, 18 de março de 2019 - Sputnik Brasil
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Durante reunião entre Jair Bolsonaro e Donald Trump, o presidente brasileiro não hesitou em aceitar todos os tipos de honras, incluindo o convite à sede da CIA e assinatura de acordos econômicos e comerciais que deterioram a relação histórica com parceiros regionais do Brasil.

Ao invés de escolher a Argentina como primeiro destino após a posse, o presidente Jair Bolsonaro rompeu com a tendência e viajou para os Estados Unidos. Desde a reconstituição democrática na década de 80, os dois vizinhos sul-americanos mantiveram uma estrita reciprocidade de irmandade diplomática.

Miguel Ponce, ex-subsecretário de Indústria e Comércio argentino, destacou em entrevista à Sputnik Mundo que desde a criação do Mercosul, o destino inicial de novo presidente brasileiro era a Argentina, tradição que começou entre Raúl Alfonsín e José Sarney e foi quebrada por Bolsonaro.

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Durante a visita, Bolsonaro não só fechou acordos políticos, como também obteve promessas de caráter econômico: obteve apoio dos EUA em aderir à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Sem dúvidas, o anúncio mais polêmico e conflituoso é que o gigante sul-americano prometeu comprar 750 mil toneladas de trigo norte-americano sem que os Estados Unidos pagassem tarifa de 10% estabelecida para compras do produto fora do Mercosul.

Até agora, o Brasil compra principalmente da Argentina. De fato, durante 2018, o Brasil importou sete milhões de toneladas de trigo, tendo quase seis milhões sido compradas da Argentina.

"Essa compra, à tarifa zero, como se fosse uma compra de um membro do Mercosul […] para nós é claramente uma violação do tratado, é uma violação das regras que devem ser tratadas entre os dois países e se isso também tiver sido feito sem qualquer tipo de aviso prévio, agrava a situação", disse Ponce.

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Miguel Ponce acredita que Bolsonaro esteja tentando degradar o Mercosul, ou seja, "levá-lo de um status determinado para um de menor valor institucional".

Outros anúncios englobam a defesa: empresas brasileiras poderão participar de licitações do Pentágono e, ao mesmo tempo, terão a possibilidade de comprar equipamento militar americano a preços menores.

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