Espanha e Igreja devem se desculpar pela colonização, diz presidente do México

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O presidente Andrés Manuel López Obrador disse nesta segunda-feira (25) que pediu à Espanha e ao Vaticano que se desculpem pela colonização das Américas cinco séculos atrás.

Obrador disse que enviou uma carta ao rei Felipe VI, da Espanha, e ao papa Francisco, sobre o que ele chamou de "invasão" e "muitas ofensas cometidas".

"Houve assassinatos, imposições", disse o presidente em um vídeo filmado com as ruínas maias ao fundo e publicado nas redes sociais. "A chamada conquista foi realizada com a espada e a cruz."

Ele solicitou um pedido de desculpas aos "povos originais pelas violações do que hoje é conhecido como direitos humanos".

O governo espanhol divulgou comunicado lamentando que a carta tenha sido divulgado e rejeitou seu conteúdo "com toda firmeza".

"A chegada, há 500 anos, dos espanhóis ao que hoje é território mexicano não pode ser julgada à luz das considerações contemporâneas", diz o comunicado espanhol. "Nossos irmãos sempre souberam ler nosso passado compartilhado sem raiva e com uma perspectiva construtiva, como povos livres com uma herança em comum e uma projeção extraordinária."

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A declaração reiterou a disposição do governo espanhol de trabalhar em estreita colaboração com o México para fortalecer as relações de amizade e cooperação e enfrentar os desafios futuros.

O texto exato da carta não foi divulgado.

Obrador disse que 2021 — o aniversário de 500 anos da conquista de Tenochtitlán, a capital do império asteca na atual Cidade do México — deve ser um ano de "reconciliação histórica".

"É hora de dizer que vamos nos reconciliar, mas primeiro vamos nos desculpar", disse ele. "Eu também vou [me desculpar] porque depois da colonização houve muita repressão dos povos originários".

Em 2015, o Papa Francisco pediu desculpas na Bolívia pelos crimes da Igreja Católica Romana contra os povos indígenas durante a conquista das Américas.

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