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Acordo entre Brasil e EUA sobre trigo pode prejudicar relações com Argentina?

© AP Photo / Eraldo PeresPresidente da Argentina, Mauricio Macri, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em Brasília.
Presidente da Argentina, Mauricio Macri, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em Brasília. - Sputnik Brasil
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O setor agrícola da Argentina demonstrou surpresa com o acordo feito entre Jair Bolsonaro e Donald Trump sobre a importação de trigo norte-americano pelo Brasil. A Sputnik Brasil conversou com o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Hélio Sirimarco, sobre as preocupações da Argentina referentes a esse acordo.

O governo argentino declarou na última quarta-feira (20) que observa com “especial atenção” a decisão do Brasil de conceder uma cota par importação de trigo aos EUA sem tarifas, o que viola a tarifa externa comum do Mercosul. 

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“A Argentina segue com especial atenção o anúncio do governo do Brasil referente à reabertura de uma cota com tarifa 0% para 750.000 toneladas de trigo por fora da Tarifa Externa Comum do Mercosul [AEC] de 10%”, declarou a chancelaria argentina em comunicado.  

Em entrevista à Sputnik Brasil, o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Hélio Sirimarco, destacou que há "sempre um lado comercial e tem o lado político". "Existe o acordo dentro do Mercosul de que a imprtação de produtos de outros países não membros do Mercosul em detrimento de produtos de países do Mercosul, tem que ser paga uma tarifa de 10%", lembrou. 

"A Argentina diz que o Brasil sempre insinuou a possibilidade de comprar trigo fora do Mercosul. No ano passado, podemos lembrar, que o Brasil importou pela primeira vez o trigo russo, só que sem a isenção. O detalhe deste acordo destas 750 mil toneladas é a isenção do imposto de importação", afirmou. 

De acordo com Strimarco, no entanto, o valor da cota de importação de trigo dos EUA não é muito grande, portanto não deve gerar muitos problemas entre Brasil e Argentina.

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"Não vai haver grande problema. É lógico, não é um volume absurdo, mas o fato de ter sido uma decisão unilateral do Brasil contrariando um acordo existente entre os países do Mercosul", observa. 

Ele observou que o governo da Argentina fez uma manifestação de que não gostou da decisão unilateral brasileira e "vão ver que tipo de atitude tomam", mas destacou que não deve haver nenhuma reação grave. 

"Até porque, como eu falei, a quantidade não é uma quantidade relevante no contexto de comércio entre Brasil e Argentina", completou. 

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