Grego sobre atraso de 2 minutos para voo fatal da Ethiopian Airlines: 'Meu dia de sorte'

© REUTERS / Tiksa NegeriPessoas passam por parte dos destroços no local do acidente de avião do voo ET302 da Ethiopian Airlines, perto da cidade de Bishoftu, a sudeste de Adis Abeba, Etiópia, 10 de Março de 2019
Pessoas passam por parte dos destroços no local do acidente de avião do voo ET302 da Ethiopian Airlines, perto da cidade de Bishoftu, a sudeste de Adis Abeba, Etiópia, 10 de Março de 2019 - Sputnik Brasil
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O que de início parecia um azar, acabou salvando a vida do grego que se atrasou para embarcar no voo condenado, cuja queda de avião matou todos os 157 passageiros a bordo.

O grego Antonis Mavropoulos estava prestes a embarcar no voo ET302 da Ethiopian Airlines, que partiria de Adis Abeba, capital da Etiópia, para Nairóbi, no Quênia, mas acabou perdendo a viagem por questão de minutos. Ele escreveu um texto emocionante no Facebook detalhando sua história.

Na declaração, ele conta que perdeu o voo por causa de apenas dois minutos, e apesar de pedir para entrar no avião, a tripulação do aeroporto se recusou a deixá-lo embarcar.

De acordo com a carta, a razão do atraso foi devido à bagagem, que o homem não conseguiu entregar a tempo, porque o despache de malas pode demorar até 40 minutos.

"Quando cheguei, o embarque estava fechado e vi os últimos passageiros no corredor [a caminho da aeronave]", escreveu Mavropoulos na postagem intitulada "Meu dia de sorte".

O aeroporto havia reservado um lugar para ele no próximo voo, escreve o grego, que teve que esperar três horas no aeroporto. No entanto, quando ele começou a embarcar para este novo voo, um oficial de segurança o deteve e o levou à delegacia do aeroporto.

O agente de segurança "calmamente me disse para agradecer a Deus, porque eu era o único passageiro que não pegou o voo ET302, que havia desaparecido", diz a publicação.

Mavropoulos explica que foi proibido de embarcar novamente e detido pelo fato de ter sido o único a não entrar no avião desaparecido, o que o tornava um suspeito.

"Eu senti tontura [quando percebi o que aconteceu], mas então pensei que poderia haver alguma outra explicação, como um problema de comunicação […] O pessoal da segurança foi educado, explicou que tinha que fazer perguntas e, depois que verificou os meus dados pessoais, deixou-me ir", ressalta.

O grego conta que vários amigos de Nairóbi ligaram ou enviaram mensagens preocupados, dizendo-lhe que o avião tinha caído.

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"Percebi que tinha de contatar o meu pessoal e dizer a eles que eu não estava naquele avião e que tinha perdido o voo graças a dois pequenos acidentes — e depois desmaiei porque percebi a sorte que tive", escreveu Mavropoulos.

No relato, o homem diz: "Escrevi esta postagem porque quero contar a todos sobre os fios invisíveis e intangíveis da sorte, as conexões maravilhosas que compõem a teia em que nossa vida é pega […] Há milhões de pequenas linhas que quase nunca sentimos — mas uma delas está quebrada o suficiente para destruir todo o tecido instantaneamente."

"Estou grato por viver e por ter tantos amigos que me fizeram sentir amado", conclui.

No dia 10 de março, o Boeing 737-800 MAX do voo ET302 desapareceu do radar seis minutos depois de decolar da capital etíope, Adis Abeba, por volta das 8h40 no horário local (2h40 em Brasília) com destino à capital do Quênia, Nairóbi. O acidente ocorreu no localidade de Bishoftu, a cerca de 50 quilômetros ao sul de Adis Abeba e causou a morte das 157 pessoas a bordo (149 passageiros e 8 tripulantes) de 33 nacionalidades diferentes.

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