O que são estrelas K e qual seria chance de elas terem vizinhança de mundos habitáveis?

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Astrônomos, que procuram vida além do nosso Sistema Solar, enfrentam grandes desafios, e um deles tem a ver com centenas de bilhares de estrelas na Via Láctea.

Para realizar a pesquisa é preciso saber quais os tipos de estrelas são mais receptivas a planetas habitáveis.

Um novo estudo mostra uma classe particular de estrelas, as estrelas K, que são mais escuras do que o Sol, mas mais brilhantes do que as estrelas mais fracas, podendo ser promissoras para buscar sinais de vida em outros mundos. Mas, por que eles seriam tão promissoras na busca de nova casa para humanidade?

Em primeiro lugar, as estrelas K vivem muito tempo, entre 17 e 70 bilhões de anos, comparados aos 10 bilhões de anos do Sol, tendo, assim, tempo suficiente para desenvolvimento da vida, conforme o portal Space Daily.

Além disso, as estrelas K possuem uma atividade menos extrema em sua juventude do que as estrelas mais escuras do Universo, chamadas de estrelas M ou "anãs vermelhas".

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As estrelas M oferecem algumas vantagens na busca de planetas habitáveis. Estas estrelas são as mais comuns na galáxia, compreendendo aproximadamente 75% de todas as estrelas no Universo.

Elas são movidas por combustível próprio e podem brilhar por mais de trilhões de anos. Um exemplo disso é a TRAPPIST-1 da classe M, conhecida por hospedar sete asteroides do tamanho da Terra.

Entretanto, a juventude turbulenta das estrelas M ocasionaria problemas para vida. Erupções estelares, que são explosões resultantes da energia magnética, são muito mais frequentes e energéticas em estrela M jovem do que em estrela jovem como o Sol.

As estrelas M também são mais brilhantes quando jovens, que corresponderia a um bilhão de anos depois de sua formação, com energia que seria capaz de evaporar oceanos em qualquer planeta que pudesse ser uma região habitável algum dia.

"Eu gosto de pensar que as estrelas K estão em um ‘ponto ideal' entre as estrelas análogas ao Sol e as estrela M", afirma Giada Arney do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA.

Arney queria descobrir qual seria a aparência de bioassinaturas, ou de sinais de vida, em um hipotético planeta orbitando uma estrela K. Suas análises foram publicadas pelo Astrophysical Journal Letters.

Por sua vez, cientistas consideram a presença simultânea de oxigênio e metano na atmosfera de um planeta uma forte bioassinatura, pois esses gases gostam de reagir uns com os outros. Ou seja, caso sejam encontrados juntos na atmosfera, implicaria que algo está produzindo-os rapidamente, e a produtora poderia ser a vida, afirma a especialista.

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Vale destacar que exoplanetas ao redor de outras estrelas são tão remotos que deveria haver quantidade significativa de oxigênio e metano em suas atmosferas para serem vistos por observatórios da Terra.

Arney encontrou uma bioassinatura de oxigênio e metano mais forte em torno de uma estrela K do que em torno de uma estrela como o Sol.

"Quando você coloca o planeta em torno de uma estrela K, o oxigênio não destrói o metano tão rapidamente, então mais poderia ser criado na atmosfera", ressaltou Arney, explicando que isso acontece porque "luzes ultravioletas de uma estrela K não geram alta radiação de gases de oxigênio que destroem metano tão facilmente como uma estrela parecida com o Sol".

Este sinal mais forte de oxigênio e metano foi projetado por planetas em torno das estrelas K, mas os altos níveis de atividade poderiam tornar estrelas M capazes de hospedar mundos habitáveis.

As estrelas K podem oferecer a vantagem de uma probabilidade maior de detecção simultânea de oxigênio e metano em comparação com as estrelas parecidas com o Sol.

Arney completa afirmando que as proximidades das estrelas K podem ser os melhores alvos para futuras observações, já que não podemos viajar aos planetas em torno de outras estrelas devido às grandes distâncias, sendo que estamos limitados a analisar as luzes destes planetas com o objetivo de pesquisar algum sinal de vida.

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