Apoio dos EUA seria um dos motivos pelos quais oposição não quer negociar com Maduro

© Sputnik / Leo Alvarez / Acessar o banco de imagensManifestação em apoio do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, em Caracas
Manifestação em apoio do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, em Caracas - Sputnik Brasil
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A oposição venezuelana não está interessada em um compromisso com o governo do presidente Nicolás Maduro por no momento sentir um forte apoio externo, segundo um especialista.

"Agora mesmo, [a mediação] não está em pauta porque a oposição se sente muito encorajada, muito forte. Tem o apoio dos EUA, tem o apoio de dezenas de nações em torno do mundo […] Ela sabe que está mais unida do que nunca, ela sabe que o presidente Maduro está mais isolado […] A liderança da oposição não sente que deva fazer compromissos", explicou Robert Malley, líder do International Crisis Group, à agência de notícias RIA Novosti.

Segundo Malley, a oposição teme que o governo de Maduro possa querer "negociar por uma questão de negociação, então no momento o desejo por uma mediação, seja do grupo de contato, ou do México, do Uruguai, ou de outros […] não é muito alto".

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Além disso, ele observa que é improvável que a Rússia e a China se tornem mediadores, mas poderiam desempenhar um papel importante.

"Eu não acho que a Rússia ou China possam ser mediadores, mas acho que eles podem desempenhar um papel importante, pois eles têm laços fortes com o governo. Além disso, eles têm influência, particularmente no caso da China, mas também a Rússia, devido à dependência do governo de Caracas do apoio econômico e outro […] Se uma mediação se iniciar, a Rússia e China poderiam desempenhar um papel na tentativa de encorajar e pressionar o governo em Caracas para mostrar flexibilidade", afirmou Malley.

O especialista alegou que países europeus, como a Noruega, ou países latino-americanos, como o México ou Uruguai, seriam os mediadores mais prováveis.

Malley também afirma que as sanções e a falta de recursos poderiam levar a uma mudança de poder. "Mas isso é um resultado especulativo e incerto […] Ele [Maduro] poderá ainda continuar no poder por muitas semanas, ou meses, ou anos".

Isso poderia conduzir o país para uma situação de maior pobreza, resultando em desestabilização na região, ressaltou Malley.

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"Também poderia haver a tentação de uma intervenção militar por parte dos EUA ou de alguns dos vizinhos da Venezuela, e se as coisas se desmoronarem, o país […] possui muitas armas e muitos grupos paramilitares, alguns deles são políticos e outros são criminosos", enfatiza Malley.

Além disso, o cenário com uma transição pacífica não seria necessariamente o mais provável, concluiu Malley.

A Venezuela vive atualmente uma crise política agravada a partir de 5 de janeiro, quando o líder opositor Juan Guaidó foi eleito presidente da Assembleia Nacional, que é controlada pela oposição, e não é reconhecida pelo governo local.

Em 23 de janeiro, dois dias depois de o Supremo Tribunal venezuelano ter anulado sua eleição, Guaidó se autoproclamou o "presidente interino" do país. Maduro, que foi empossado para seu segundo mandato presidencial em 10 de janeiro deste ano, ser reeleito em 2018, afirma que por trás de Guaidó está uma tentativa de golpe orquestrada pelos Estados Unidos.

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