'Governo de Guaidó só existe nas redes sociais'

© Sputnik / Leo Alvarez / Acessar o banco de imagensPresidente da Assembleia Nacional bolivariana e líder da oposição, Juan Guaidó, discursa perante os manifestantes em Caracas
Presidente da Assembleia Nacional bolivariana e líder da oposição, Juan Guaidó, discursa perante os manifestantes em Caracas - Sputnik Brasil
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Governo do presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, só existe nas redes sociais, onde todos falam dele, porém não é capaz de apresentar qualquer prova de realidade.

O espetáculo de um governo "fantasma" começou em janeiro e diversas pessoas dançaram conforme a música imposta pelos EUA.

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A doutora em relações internacionais e em países latino-americanos, a escritora Arantxa Tirado, morou na Venezuela em 2011, antes de retornar à Espanha, e visitou o país sul-americano em outras quatro ocasiões, conforme declarou à Sputnik Mundo.

Sua viagem mais recente à Venezuela ocorreu em fevereiro e ela confessa que sentiu que o bloqueio e a crise econômica estão atingindo fortemente o povo venezuelano.

Além disso, ela encontrou uma hiperinflação e dificuldades de ter acesso a determinados produtos no país.

"Porém também havia a possibilidade de uma invasão militar, a agressão, com o presidente autoproclamado, Juan Guaidó e seu governo paralelo, que não se encontra em lugar algum nas ruas de Caracas, e isso deixa o ambiente tenso."

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Nada era como a imprensa espanhola noticiava, e que, por isso, achava que ao chegar a Caracas encontraria uma cidade repleta de barricadas, "entretanto, isso estava longe da realidade".

Para a doutora, "em outro país seria impensável se alguém se autoproclamasse presidente, convocasse intervenção militar, subvertesse a ordem constitucional, chamasse o legítimo presidente de usurpador, fizesse um giro internacional com presidentes de países terceiros que estão apoiando uma tentativa de agressão à fronteira venezuelana […]".

A doutora Tirado também afirma que ninguém precisa cair nas provocações do assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, que declarou que as tentativas de impedir o retorno à Venezuela do autoproclamado presidente, Juan Guaidó, teria uma resposta "dura e significativa" dos EUA.

"Bolton está mandando uma mensagem para justificar algo que eles próprios podem fazer. Se eu fosse o senhor Guaidó, cuidaria mais dos supostos aliados e não do governo venezuelano, pois estes aliados estão mais interessados em sacrificar o seu "peão" Guaidó para justificar outro tipo de intervenção e passar para o próximo cenário, pois o cenário planejado inicialmente está se perdendo", afirma a especialista.

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Tirado acredita que o plano dos EUA faz "parte de uma guerra de quarta geração muito bem estudada, muito bem planejada e muito bem aplicada pelos responsáveis pela guerra psicológica do Pentágono e de seus aliados".

Com relação aos países que reconheceram Guaidó como presidente interino, Tirado acredita que esses países não passam de subordinados do "chefe" EUA, assim como a Espanha, seu país natal que reconheceu Guaidó.

Sobre a ajuda humanitária, Tirado citou Pedro Baños, coronel do Exército espanhol reformado e especialista em geopolítica, que afirmou que "na realidade não havia interesse na entrada da ajuda humanitária [por parte de Guaidó], que não se tratava disso, mas, sim, se tratava de uma apresentação, um teatro para a mídia internacional".

"O governo de Guaidó existe apenas nas redes sociais e nos meios de comunicação e cada vez menos […]", enfatizou Tirado.

Tirado ressalta que a ajuda humanitária já estava em Caracas há tempos, antes de fazer o teatro montado especialmente para os meios de comunicação e que outro fato que prova a farsa por parte de Guaidó e dos EUA contra o governo de Maduro é que se os venezuelanos estão precisando de ajuda humanitária e passando fome, então por qual motivo não havia alimentos nas caixas de ajuda? Ao invés de alimentos havia produtos químicos, capilares e de higiene pessoal.

"A crise humanitária é intencional, falsa, que não sustenta os problemas que a Venezuela possui e que nunca neguei. Há problemas econômicos, problema de hiperinflação, porém isso não se traduz em uma crise humanitária […]", concluiu a especialista.

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