Europa assinará 'pacto suicida' se receber novos mísseis dos EUA, diz política alemã

© REUTERS / Ints KalninsSoldados norte-americanos perto de sistema de defesa antiaérea Patriot durante manobras na Lituânia
Soldados norte-americanos perto de sistema de defesa antiaérea Patriot durante manobras na Lituânia - Sputnik Brasil
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O possível acordo da Europa para acolher mísseis balísticos de médio e curto alcance dos EUA equivaleria a assinar um "pacto suicida" face à anunciada determinação da Rússia em ter como alvo essas potenciais ameaças à sua segurança, disse à Sputnik a política alemã Helga Zepp-LaRouche.

"Se a Europa aceitar a instalação de novos mísseis americanos em seu território neste ambiente estratégico, ela assinaria um pacto suicida", declarou a líder do partido alemão Movimento dos Direitos Civis Solidariedade.

Em meio à retórica de guerra no Ocidente, o presidente russo Vladmir Putin "apenas reintroduziu um princípio de realidade e clareza" com suas advertências, considera Zepp-LaRouche.

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Putin espera que divergências entre Rússia e EUA não gerem nova 'Crise dos Mísseis'
"Apesar da intenção declarada do presidente [americano, Donald] Trump de melhorar as relações entre os EUA e a Rússia, incluindo que ele pode ter uma ideia para substituir o Tratado INF por um novo acordo, Putin tem de considerar a intenção contrária dos neoconservadores da administração Trump e do 'ministro da guerra' britânico, Gavin Williamson, que ameaça usar 'poder duro' e também alega que as 'fronteiras entre a paz e a guerra estão ficando desfocadas'", ressaltou, fazendo referência ao discurso de Williamson na Conferência de Segurança de Munique de 2019.

Para Zepp-LaRouche, a cooperação com a Rússia criaria "uma nova arquitetura de segurança", que deveria constituir a base sobre a qual a Europa desenvolve a sua cooperação com os EUA.

Durante seu discurso anual ao parlamento, realizado na quarta-feira (20), o líder russo alertou que Moscou seria forçada a dar uma resposta à altura se Washington, após a sua planejada retirada do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), implantar mísseis na Europa. Putin também destacou que a Rússia protegeria seu território de ameaças externas, tendo também como alvo os centros de tomada de decisão sobre o uso desses mísseis.

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Saída dos EUA do Tratado INF pode abrir 'Caixa de Pandora', avisa especialista
Em 2 de fevereiro, os EUA suspenderam suas obrigações quanto ao INF, assinado em 1987 com a então União Soviética, que proíbe os envolvidos de terem mísseis balísticos terrestres, convencionais ou nucleares, com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.

Washington tem alegado que o alcance do míssil 9M729 russo viola os limites do tratado, mas Moscou negou as alegações, enfatizando que elas são infundadas. Por seu turno, a Rússia apontou que os sistemas de defesa dos EUA na Europa estavam equipados com lançadores capazes de disparar mísseis de cruzeiro a distâncias proibidas pelo Tratado INF.

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