Buracos de minhoca realmente existem? Físicos russos respondem

© AFP 2023 / Observatório Europeu Do Sul - M. KornmesserBuraco negro (imagem referencial)
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Os misteriosos raios de alta energia podem ser provocados não por estrelas gigantes ou blazares com buracos negros, mas por buracos de minhoca exóticos, túneis no tecido do espaço-tempo, comunicaram físicos russos em seu artigo publicado no site arXiv.org.

"Nós mostramos que o buraco de minhoca, que tem o seu campo magnético, se comportará como um acelerador de partículas ‘eterno' se estiver dentro de alguma galáxia. Ele captará objetos que se movem relativamente devagar, os acelerará e depois irá os libertar. A força dessa emissão dependerá do diâmetro da garganta do buraco, do seu afastamento do centro e do tamanho da galáxia", escreveram os cientistas.

Os raios cósmicos, partículas extremamente penetrantes com alta energia, representam um dos maiores enigmas da ciência. Os astrônomos estão discutindo sobre a forma de seu surgimento.

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Alguns investigadores acreditam que essas partículas aceleram nos destroços quentes de estrelas que explodiram dentro da Via Láctea, outros supõem que sua fonte são buracos negros, enquanto um terceiro grupo de cientistas considera que são causados pela decomposição de partículas de matéria escura no centro da galáxia.

Dois anos atrás os físicos encontraram os primeiros indícios que praticamente todos os raios cósmicos têm origem fora da galáxia, tendo apanhado centenas de partículas cósmicas carregadas de alta energia.

Os físicos russos Aleksandr Kirillov e Elena Savelova, da Universidade Estatal Técnica Bauman de Moscou, descobriram que os raios cósmicos mais potentes podem ser produzidos por buracos de minhoca, em vez de buracos negros ou estrelas gigantes.

Os cientistas consideram os buracos de minhoca como uma espécie de "túneis" que ligam dois pontos localizados em regiões diferentes do contínuo espaço-tempo. Apesar de tal discrição fantástica, a teoria da relatividade de Einstein admite sua existência. Por outro lado, os astrônomos ainda não encontraram tais fenômenos.

Kirillov e Savelova escreveram que os buracos de minhoca que sugiram nos primeiros momentos da existência do Universo teriam seus próprios campos magnéticos, com os polos situados perto da entrada e da saída do túnel. Isso influiria fortemente sobre o movimento de partículas carregadas através desses túneis, capturando-as e as obrigando a se moverem em uma direção.

Os cientistas da universidade de Moscou opinam que se houver vento galáctico perto de tal "cratera" magnética, ela se tornará uma espécie de acelerador de partículas. Sua potência seria suficiente para acelerar partículas carregadas típicas até 900 gigaelétron-volts (GeV).

Os cientistas destacam várias provas da existência de tais túneis. Primeiro, nos últimos tempos os astrônomos têm encontrado no espaço intergaláctico e interestelar muitas regiões com fortes campos magnéticos surgidos do nada. Segundo, o observatório orbital chinês DAMPE registrou dois anos atrás uma queda brusca e inexplicável no número dos raios cósmicos com energias superiores a 900 GeV.

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Naquele tempo os cientistas consideraram essa anomalia como vestígio de decomposição da matéria escura no centro da Via láctea e de outras galáxias.

Segundo os físicos russos, a sua fonte poderiam ser buracos de minhoca que produzem muitos raios cósmicos com energia relativamente baixa.

Os investigadores afirmam que cada túnel teria o seu próprio limite de energia máxima das partículas. Se as observações seguintes indicarem a existência de mais uma "queda" semelhante, a hipótese de Kirillov e Savelova receberá seus primeiros comprovativos.

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