Descoberta nova aplicação da sonda Curiosity depois de 6 anos de missão em Marte

CC0 / ChadoNihi / A superfície de Marte (ilustração)
A superfície de Marte (ilustração) - Sputnik Brasil
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A sonda Curiosity da NASA já passou seis anos e meio no planeta vermelho, e agora os investigadores descobriram uma nova utilização das ferramentas que há a bordo do aparelho, sugerindo que seus sensores podem ser aplicados para medir a força gravitacional, segundo a revista Science.

A chave esteve na modificação dos sensores de condução do veículo para transformá-los em gravímetros, com os quais se pôde medir pela primeira vez a densidade da rocha na parte inferior do monte Sharp na cratera de Gale. Assim se tornou possível verificar que a densidade dessas rochas é menor do que se pensava anteriormente.

"O Curiosity tem, essencialmente, uma nova ferramenta cientifica seis anos e meio depois do início de sua missão. Isso nos permite obter novas informações sobre o subsolo de Marte de maneiras para as quais a sonda não tinha sido projetada", apontou o geofísico Kevin Lewis, da Universidade Johns Hopkins e do Departamento de Ciências Planetárias.

Rover Curiosity da NASA - Sputnik Brasil
Sonda da NASA tira última selfie em região marciana (FOTO)
A mudança nos dispositivos da Curiosity funciona de forma semelhante ao que acontece com os acelerômetros e giroscópios de smartphones que, quando o celular se move, seguem a localização e direção do dono do dispositivo. No caso da sonda, suas ferramentas são muito mais precisas, portanto, sabendo sua orientação, é possível para os engenheiros dirigi-los com mais precisão, bem como à antena multidirecional de alto ganho.

Além disso, os acelerômetros da sonda podem ser usados como o gravímetro da Apollo 17, detectando a gravidade do local em que o dispositivo parar. Usando informações da missão do Curiosity, foi possível medir a força gravitacional de Marte em 700 pontos, tomados entre outubro 2012 e junho de 2017, e descobrir que, à medida que sobe o monte Sharp, a montanha adiciona gravidade adicional, mas não tanto como se esperava.

"Os níveis mais baixos do monte Sharp são surpreendentemente porosos", apontou Lewis, acrescentando: "Nós sabemos que as camadas inferiores da montanha ficaram enterradas ao longo do tempo. Isso as compacta, as tornando mais densas. Mas esta descoberta sugere que não foram enterradas com todo o material que pensávamos."

Ashwin Vasavada, coautor do estudo, concluiu que "ainda há muitas perguntas sobre como se desenvolveu o monte Sharp", mas a nova descoberta "acrescenta uma importante peça ao quebra-cabeça".

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