Especialista: conceito de defesa antimísseis de Trump agravará relações com Rússia e China

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Segundo a Associação de Controle de Armas americana (ACA), o novo relatório referente à política dos EUA sobre a defesa antimísseis complicará as relações com a Rússia e a China, o que irá ameaçar a estabilidade estratégica.

O relatório foi tornado público na quinta-feira (17) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e apresenta uma estratégia atualizada para o desenvolvimento do sistema nacional de defesa antimísseis.

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"O tão esperado relatório sobre a defesa antimísseis da administração Trump divulgado hoje propõe uma expansão significativa e dispendiosa do papel e do âmbito da defesa antimísseis dos EUA, o que provavelmente reforçará as preocupações da Rússia e da China quanto à ameaça às suas forças estratégicas de dissuasão nuclear, minará a estabilidade estratégica e complicará ainda mais as perspectivas de novas reduções nas armas nucleares", escreveu um dos líderes da associação, Kingston Reif.

O documento analisa as ameaças existentes e futuras e estabelece as principais direções para o desenvolvimento do sistema, de acordo com as estratégias atuais dos EUA nos setores das forças nucleares e de defesa.

"O novo plano pode aumentar significativamente as preocupações da Rússia e da China sobre a ameaça que o sistema de defesa antimísseis dos EUA representa para o seu potencial de retaliação nuclear", diz o artigo do especialista no site da organização.

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Trump, em seu discurso, afirmou que os EUA estão prontos para interceptar "os lançamentos de mísseis de potências hostis, independentemente do tipo de míssil ou origem geográfica". Para o autor, em vez de "gastar bilhões em uma expansão potencialmente perigosa do sistema de defesa antimísseis", as autoridades dos EUA devem se concentrar em eliminar os sistemas existentes e melhorar as capacidades de detectar e rastrear mísseis.

Estudos anteriores já haviam mostrado que os interceptadores baseados no espaço são "inacessíveis, inoperantes e extremamente desestabilizadores" para o sistema de segurança mundial, recorda o especialista.

"Os Estados Unidos devem se engajar em um amplo diálogo com Rússia e China em questões de estabilidade estratégica, incluindo a defesa antimísseis, e abandonar passos extremamente desestabilizadores, como colocar interceptadores no espaço e testar o [antimíssil] SM-3 Block IIA contra mísseis balísticos intercontinentais", conclui Reif.

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