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Dívidas: economista do SPC recomenda pagamento a vista para evitar 'bola de neve'

© Marcos Santos/USP ImagensReais e centavos
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Sputnik conversou com especialista para entender melhor os motivos do endividamento, bem como as formas de finalmente sair do vermelho.

De acordo com a estimativa do Serviço de proteção ao crédito (SPC Brasil), cerca de 62,6 milhões de brasileiros terminaram 2018 com alguma conta atrasada e com o CPF negativado. O número de pessoas com dívidas em atraso subiu 4,41% no ano passado. 

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Esse foi o maior aumento em seis anos, desde 2012, quando a inadimplência havia crescido 6,8%. O volume de dívidas em atraso cresceu mais no setor de serviços básicos, como conta de luz e de água. O aumento foi de 14,88% em relação a 2017.  

Já as dívidas bancárias, que incluem cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos, ficaram em segundo lugar, com alta de 6,81%.

O que justifica o crescimento no número de brasileiros endividados? O que podemos fazer para reverter esse cenário em 2019?

Segundo Marcela Kawauti, economista do SPC Brasil, o "orçamento do brasileiro continua muito apertado", mesmo com o início da recuperação econômica em 2018.

Em conversa com Sputnik Brasil, a especialista explicou que o crescimento, ainda em fase inicial, "não colocou dinheiro no bolso do trabalhador".

"A isso se soma a falta de educação financeira do brasileiro", advertiu Kawauti.

"De fato, aconteceu uma restrição ao crédito. As pessoas tomaram menos crédito. Agora aquele tipo de crédito pior, que é o cartão de crédito e cheque especial, continua muito presente na vida do brasileiro", acrescentou ela.

A especialista alertou que esse tipo de crédito é caro e, por outro lado, fácil de ser adquirido. Por isso o consumidor acaba recorrendo a esses empréstimos e, ao não conseguir pagar os juros, a dívida se transforma em uma "bola de neve".

A economista também notou que o endividamento da população, a longo prazo, é prejudicial para a retomada do crescimento da economia e para o comércio. O consumidor "vai precisar pagar primeiro as contas em atraso para depois voltar a consumir", afirmou.

A interlocutora da Sputnik, no entanto, manifestou otimismo para o ano de 2019.

"As expectativas para este ano são melhores, do que tínhamos para o ano passado. Já temos uma definição eleitoral, e isso é muito importante. E como qualquer governo eleito começa com uma espécie de lua de mel para aprovação de reformas, implementação de medidas macroeconômicas positivas, a gente deve ver sim as reformas sendo aprovadas ao longo desse ano e isso deve ter um impacto muito positivo na economia", afirmou a economista.

De todo modo, a cautela ainda é necessária, destacou a entrevistada. 

"Apesar desse ano ser de recuperação econômica, ainda é um ano para se tomar cuidado com parcelamento de compras. Então tentem sempre pagar a vista, porque vamos crescer, mas a recuperação será lenta. Por isso o cuidado com as finanças deve continuar", avisou.

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