"Nossa posição é que é necessário evitar qualquer intervenção nos assuntos internos de Estados soberanos", declarou o ministro durante sua coletiva de imprensa anual.
Lavrov lembrou que a Rússia tem apoiado desde há muito as tentativas de restabelecimento do diálogo entre o governo e a aposição da Venezuela, mas o conflito não foi resolvido porque "os países estrangeiros, especialmente os EUA, influenciaram a parte mais intransigente da oposição".
"De fato, essa influência fez com que essa parte da oposição se tornasse intransigente. Isso é muito lamentável", sublinhou o chanceler.
O ministro russo declarou que os EUA continuam impondo a sua vontade à comunidade internacional usando a força.
"No ano passado aumentou o potencial de conflito, em primeiro lugar, devido à relutância persistente dos alguns países ocidentais encabeçados pelos EUA de aceitar as realidades do mundo multipolar que está em formação e à aspiração de continuar a impor a sua vontade através de alavancas de força, econômicas e de propaganda", explicou o diplomata.
O parlamento venezuelano, a Assembleia Nacional, que é controlada pela oposição, na terça-feira aprovou uma moção que classifica o chefe de Estado, Nicolás Maduro, como usurpador. Essa moção significa que todas as ações e decisões do poder executivo são declaradas nulas e sem efeito. Além disso, o parlamento apelou à comunidade internacional para congelar as contas bancárias venezuelanas no exterior.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, chamou o governo de Nicolás Maduro de "ilegítimo" e acrescentou que os EUA vão trabalhar ativamente para restaurar uma "democracia real" na Venezuela.