Após volta de Battisti, vice-chanceler italiano pede que França entregue terroristas

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O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, pediu nesta terça-feira ao presidente francês Emmanuel Macron que extradite os guerrilheiros esquerdistas que se escondem na França há décadas para evitar cumprir penas de prisão na Itália.

"Eu apelo ao presidente francês para que retorne à Itália os fugitivos que não deveriam estar bebendo champanhe sob a torre Eiffel, mas deveriam estar apodrecendo na prisão na Itália", disse Salvini em entrevista à TV Canale 5.

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Salvini, líder do partido de extrema-direita Liga (anteriormente conhecido como Liga Norte), falou um dia após o retorno do militante comunista Cesare Battisti da Bolívia para a Itália para cumprir pena de prisão perpétua por seu envolvimento em quatro assassinatos no final dos anos 70.

Battisti, que escapou da prisão em 1981, passou mais de 15 anos na França antes de fugir para a América do Sul.

Há nove fugitivos esquerdistas italianos que vivem na França, segundo o jornal italiano La Repubblica, incluindo três condenados por participarem do sequestro em 1978 do ex-primeiro-ministro italiano Aldo Moro.

O gabinete de Macron não fez comentários, mas um porta-voz do Ministério da Justiça francês disse que não há uma lista detalhada de fugitivos italianos que agora vivem no país.

"Pedidos de extradição recebidos pelas autoridades italianas nos próximos dias serão analisados em detalhes, caso a caso, como tem sido o caso nos últimos 15 anos", informou o porta-voz.

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O ex-presidente francês François Mitterrand estabeleceu o que veio a ser conhecido como a "doutrina de Mitterrand" em meados da década de 1980, uma política que protegia os militantes da extradição porque Mitterrand disse que o sistema judiciário italiano estava contra eles. A doutrina foi abandonada no início dos anos 2000.

O novo governo populista da Itália tem criticado regularmente Macron por sua política de imigração e outras questões, colocando-o como um símbolo do establishment pró-europeu.

Macron, por sua vez, disse em junho que o populismo do governo italiano era como "lepra", se espalhando pela Europa e deveria ser combatido.

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