Ministra não exclui implantação de base militar russa na República Centro-Africana

© AP Photo / Jerome DelaySituação na República Centro-Africana (arquivo)
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Interrogada pela Sputnik, a ministra centro-africana da Defesa falou sobre a atividade do centro de formação militar de Bérengo, permanecendo evasiva quanto às perspectivas de criação de uma base russa no país, afirmando que o acordo "deve evoluir".

Em agosto de 2018, a Rússia e a República Centro-Africana assinaram um acordo intergovernamental de cooperação militar, na sequência do qual foi estabelecido um centro de formação em Bérengo, onde os soldados são treinados por instrutores russos a manusear armas e a dominar técnicas de combate.

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Marie-Noëlle Koyara, a ministra da Defesa da República Centro-Africana, qualificou como "especulações" os rumores segundo os quais o centro de instrução de Bérengo tem funcionado como uma base militar russa, explicando que os instrutores russos que lá estão ajudam a treinar soldados centro-africanos. 

"Quando estabelecemos Bérengo como centro de formação para os nossos militares, as pessoas já começaram a dizer que vamos fazer de Bérengo uma base militar russa. Tudo isso são especulações. As pessoas dizem, mas nós trabalhamos na base de nosso acordo e não na base de especulações", disse ela em entrevista para a Sputnik. 

"Por enquanto, não tivemos que negociar isso ainda. Tudo será feito no quadro do acordo militar que assinamos. Este acordo militar é a base de todas as nossas iniciativas… aqui há coisas que devem ser feitas, mas haverá discussões entre o comandante supremo do exército que é o presidente da República com o seu homólogo… E os ministros vão implementar", indicou.

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A ministra também destacou que este acordo deve "evoluir", se abstendo de comentar os detalhes do que ainda não foi iniciado no quadro deste acordo. 

A situação na República Centro-Africana se agravou no início de dezembro de 2013, quando em Bangui começaram confrontos entre militantes do grupo islâmico Seleka e combatentes cristãos. Segundo a ONU, no final de julho de 2018, até um milhão de pessoas haviam sido forçadas a deixar suas casas e cerca de seis mil foram mortas.

Em agosto do ano passado, em Cartum, capital do Sudão, foi realizada uma reunião entre os maiores grupos armados da República Centro-Africana, Anti-Balaka e Seleka, onde foi decidida a criação da União Centro-Africana, uma plataforma conjunta para consultas e ações para o alcance da paz no país. A declaração também apela às autoridades do país para começarem a trabalhar na reconciliação, com a assistência da Rússia, da União Europeia, das organizações regionais e internacionais.

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