Analista: saída dos EUA da Parceria Transpacífico permite à China dominar no Pacífico

© AFP 2023 / Saul LoebDocumento de retirada dos EUA do Acordo de Associação Transpacífico (TPP) sendo assinado pelo presidente Donald Trump, 23 de janeiro de 2017
Documento de retirada dos EUA do Acordo de Associação Transpacífico (TPP) sendo assinado pelo presidente Donald Trump, 23 de janeiro de 2017 - Sputnik Brasil
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A saída dos EUA da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que entra em vigor hoje (30), abre para a China um amplo campo de ação no Círculo do Pacífico, embora esse formato tenha sido promovido como um modo de conter a influência crescente de Pequim na região, declarou à Sputnik o analista James Brown.

Parceria Transpacífico é um acordo de livre comércio estabelecido entre doze países banhados pelo Oceano Pacífico com objetivos de promover o crescimento econômico, apoiar a criação e manutenção de postos de trabalho, reforçar a inovação e produtividade e elevar os padrões de vida. Porém, em janeiro de 2017 o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um decreto determinando a retirada do país do acordo.

"O maior dano para os EUA, provavelmente, será estratégico. Muitos adeptos do TPP promoveram [o acordo] como um método para conter o poderio crescente da China na região, ligando as economias regionais com os EUA e seus aliados, bem como contribuindo para o afastamento desses países da China", sublinhou o especialista.

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Além disso, segundo Brown, "o TPP se destina a estabelecer as regras do jogo no comércio no Círculo do Pacífico", o que poderia prevenir situações em que Pequim dite os seus princípios a outros países da região. Saindo do acordo, os EUA deixam o palco aberto para a China, opina o analista.

Apesar do efeito geralmente positivo do acordo, o formato não é uma panaceia. Ele pode influir negativamente em certos setores das economias dos países do TPP, por exemplo, na agricultura no Japão, sublinhou Brown.

No âmbito do TPP, o Japão será obrigado a levantar algumas restrições comerciais, que por muito tempo ajudaram a manter os preços altos no setor agrícola. Os produtores japoneses terão de concorrer com as mercadorias baratas importadas, declarou Brown.

Apesar disso, em geral o acordo traz vantagens para o Japão, sublinhou ele. No mercado interno japonês se espera uma diminuição da demanda por causa da redução da população. As companhias japonesas se tornarão mais dependentes das suas exportações, mas o TPP lhes concederá acesso aos países emergentes da região, segundo o analista. Mais uma vantagem para Tóquio é representada pela ausência nessa parceria da China, que é "uma ameaça estratégica para o Japão".

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