Ponto sem volta: Trump levou dívida dos EUA a nível crítico?

© AP Photo / Evan VucciPresidente dos EUA, Donald Trump, discursa durante uma sessão da Assembleia Geral, em Nova York, em 26 de setembro de 2018
Presidente dos EUA, Donald Trump, discursa durante uma sessão da Assembleia Geral, em Nova York, em 26 de setembro de 2018 - Sputnik Brasil
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Estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que a dívida global dos países atingiu US$ 184 trilhões (R$ 717 trilhões), cerca de 225% do PIB mundial, o que equivale a mais de US$ 86 mil (R$ 335 mil) por pessoa. Essa enorme dívida global pode causar outra catástrofe econômica.

O indicador leva em conta dados compilados no final de 2017, com base em informações fornecidas por 190 países desde 1950, sendo que os Governos de todo o mundo atingiram um endividamento de cerca de US$ 70 trilhões (R$ 272 trilhões), segundo escreve a colunista da Sputnik Natalia Dembinskaya.

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De acordo com o relatório do FMI, os países mais endividados são os EUA, a China e o Japão, acumulando mais de metade da dívida global, o que excede suas participações na produção mundial.

A dívida externa da Rússia é uma das mais baixas do mundo, equivalendo a US$ 525 bilhões (R$ 2 trilhões), 18,7% do PIB, além de o país ter eliminado seu déficit orçamentário.

A organização financeira alertou em outubro que a dívida total dos países do mundo corre o risco de desencadear uma nova crise. Em 2008, a relação média entre a dívida global e o PIB era de 36%, e agora é mais de 50%.

"Na maioria dos países, as autoridades falharam em quase todas as reformas necessárias para proteger o sistema bancário — em primeiro lugar, das ações arriscadas e precipitadas dos financistas, que causaram uma poderosa reação em cadeia uma década atrás", observaram especialistas.

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Uma das causas da nova crise pode ser a China, onde o setor de créditos sombra (sistemas financeiros paralelos) cresceu em proporções alarmantes e onde os bancos estão cada vez mais dispostos a financiar instituições não bancárias, como corretoras e seguradoras, intermediários entre bancos e empresas.

O montante de empréstimos do setor de sombra chinês atingiu quase US$ 7 trilhões (R$ 27 trilhões), podendo esta "bolha" vir a explodir e fazer desmoronar a economia do país, provocando uma nova crise asiática, semelhante ao colapso de 1997.

No entanto, juntamente com o aumento da dívida global, o valor dos ativos do Estado também está crescendo.

"Somente a renda de empresas estatais e não financeiras, assim como de ativos financeiros estatais, pode chegar a 3% do PIB anual, o que equivale à arrecadação anual de impostos corporativos nas economias desenvolvidas", disse o FMI.

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Os especialistas do Instituto de Finanças Internacionais (IIF) acreditam que é mais apropriado considerar não a dívida global dos países, mas sim os focos específicos de dívida no mundo, por exemplo os EUA, onde a probabilidade de uma crise é maior. A carga de dívida já exorbitante dos Estados Unidos, mais de US$ 21,5 trilhões (R$ 8,3 trilhões), devido ao crescente déficit orçamentário, pode tornar-se incontrolável.

"O país gasta mais do que recebe e é forçado a pedir dinheiro emprestado. O déficit estrutural cria um ‘efeito de dependência'. Acho que estamos nos movendo em direção ao abismo", disse o congressista republicano Andy Biggs, adicionando que as despesas orçamentárias não devem exceder US$ 700 bilhões (R$ 2,7 trilhões) e, em 2018, já atingiram US$ 1,3 trilhão (R$ 5 trilhões).

"Poderemos depreciar a moeda, declarar inadimplência ou tentar aumentar os impostos e matar nossa economia. Essas são as nossas perspectivas nos próximos oito a dez anos", complementou o congressista.

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No governo Trump, a dívida nacional vem crescendo com as taxas mais altas nos últimos seis anos. O FMI enfatiza que os ativos do setor público americano estão amplamente concentrados em fundos de pensão estatais, hipotecas e empréstimos estudantis. Em um cenário que pressupõe taxas de juros mais altas a longo prazo e uma queda rápida nos preços das ações e imóveis, o capital público dos Estados Unidos será reduzido para 26% do PIB até 2020.

Para o bilionário americano Ray Dalio, a recessão na economia americana não pode ser evitada devido ao triplo déficit (orçamento, balança comercial e conta corrente). Isso acabará por afastar os compradores estrangeiros de títulos do Tesouro, causando um crescimento explosivo na sua rentabilidade e uma drástica queda de 30% na taxa de câmbio do dólar.

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