Preparando-se para 'grande guerra': EUA verificam prontidão de reservistas

CC BY 2.0 / Frota do Pacífico dos EUA / USS Ronald ReaganPorta-aviões Ronald Reagan dos EUA perto da península da Coreia
Porta-aviões Ronald Reagan dos EUA perto da península da Coreia - Sputnik Brasil
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Os EUA enfrentam falta de marinheiros civis que, em caso de uma ameaça militar, poderiam formar a frota de reserva. Ademais, caiu o número de navios que navegam com bandeira dos EUA, dificultando qualificação de marinheiros, revela um relatório governamental americano.

Segundo o relatório do Escritório de Contabilidade do Congresso dos EUA (GAO, na sigla em inglês), até o momento, o país não conseguiu elaborar uma estratégia marítima nacional capaz de garantir rentabilidade da frota com bandeira dos EUA e de resolver os problemas ligados à qualificação de marinheiros de cidadania americana.

O Departamento de Defesa dos EUA acredita que em condições de um conflito armado prolongado ou qualquer outra crise, seria possível usar marinheiros civis na frota militar. No entanto, o Departamento dos Transportes do país assegura que, em caso de ameaça militar, não haverá marinheiros qualificados necessários.

"As partes interessadas revelaram um problema ligado à falta potencial de marinheiros de cidadania americana [necessários] para completar a frota de reserva nacional se navios forem usados militarmente", revela o relatório.

Ademais, nota-se que isso aconteceu parcialmente "devido à diminuição do número de navios com bandeira americana, usados por marinheiros".

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Em particular, os especialistas estimam que a frota de reserva nacional esteja com um buraco de 1.800 marinheiros a menos em caso de conflito.

A ideia da frota de reserva significa que em tempo de paz cada navio comercial dos EUA possui duas tripulações que se revezam de meio em meio ano. No entanto, quando surgem quaisquer ameaças à soberania nacional, ambas as equipes são mobilizadas para ajudar os militares e não danificar funcionamento do comércio marítimo.

Novos navios de guerra

De acordo com o analista militar russo, Sergei Sudokov, a necessidade de completar a frota de reserva é provocada pela intenção de Washington de construir mais navios de guerra.

"Atualmente, quando os Estados Unidos começam de novo a receber investimentos significativos para construir novos navios e renovar seus grupos de porta-aviões, é vital ter o contingente de reserva suficiente que em qualquer momento será capaz de cobrir as perdas de combate, possíveis em operações militares. Hoje, a assim chamada reserva inclui cerca de 2.000 pessoas. E essa reserva não existe."

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Outro problema importante, que a estratégia marítima nacional deve considerar, é garantir a rentabilidade e capacidade de concorrência dos navios que navegam com a bandeira dos EUA no mercado internacional de cargas.

Em seu relatório, o GAO indica que o alto preço para exploração de navios americanos, em comparação com embarcações estrangeiras, reduz significativamente rentabilidade e número de navios comerciais em geral.

Outra questão que pode devastar a carteira do Pentágono é a necessidade de desenvolver programas de treinamento militar preliminar para marinheiros civis. E, segundo opina o especialista militar russo, Vasily Dandykin, o preparo de marinheiros civis para agirem em conflito militar é uma medida vital.

Ao mesmo tempo, outro analista russo, Vladimir Batuk, assegura que "os investimentos adicionais são inevitáveis para tomar quaisquer medidas de mobilização militar".

Preparativos para uma grande guerra

De acordo com especialistas, a verificação de mobilização evidencia que Washington esteja se preparando para operações militares grandiosas. Assim, nas palavras de Sergei Sudakov, nenhum país com intenções pacíficas irá perder tempo para avaliar a prontidão da frota de reserva nacional em caso de ações militares ativas:

"Devemos entender que, nos últimos três ou quatro anos, os Estados Unidos planejam realizar operações militares grandiosas. Seja no Oriente Médio, [confronto] com a China no mar do Sul da China, ou um conflito com a Rússia, só dá para imaginar. Mas os EUA enxergam a doutrina militar ofensiva como prioridade."

Ao mesmo tempo, Batuk indica que antes as tropas regulares eram suficientes para os EUA, que participavam apenas em conflitos locais, enquanto a verificação de prontidão de reservistas militares significa que Washington se prepara para uma grande guerra.

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