'Consequência inevitável': quem está empurrando os Balcãs a uma nova guerra?

© AP Photo / Visar KryeziuMilitares dos EUA durante treinamentos na base militar Camp Bondsteel no Kosovo, foto de arquivo
Militares dos EUA durante treinamentos na base militar Camp Bondsteel no Kosovo, foto de arquivo - Sputnik Brasil
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O recurso à chantagem comercial por parte das autoridades da autoproclamada república do Kosovo contra a Sérvia pode resultar em uma nova guerra nos Balcãs, relata o jornal Vzglyad.

A guerra nestas condições não é uma ameaça, mas uma consequência inevitável, ressalta o autor do artigo, Dmitry Bavyrin.

Segundo ele, o Kosovo introduziu tarifas comerciais de 100% sobre o fornecimento de produtos provenientes da Sérvia e da Bósnia e Herzegovina e proibiu a entrada de mercadorias sem o selo oficial do país. 

Bavyrin destaca as consequências dessa decisão: as mercadorias desses países ficarão mais caras no território kosovar e ninguém as comprará, acrescentando que, para o Kosovo, não é suficiente roubar os fornecedores sérvios e bósnios, também é preciso humilhá-los. 

O jornalista considera que o novo movimento de Pristina é absurdo do ponto de vista econômico, pois o Kosovo depende das importações e um terço de sua população não tem emprego. Ele observa que dois terços do governo da Bósnia e Herzegovina reconheceria "com prazer" o Kosovo como país, no entanto, as autoridades da República Sérvia (uma das entidades políticas da Bósnia e Herzegovina) alertaram reiteradamente que, se Sarajevo reconhecer Pristina, Banja Luka se separará definitivamente do país, o que vai significar o início de uma nova guerra. 

Os caças MiG-29 da Força Aérea da Sérvia (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Sérvia efetua maiores manobras militares na história do país em meio a tensão com Kosovo
Esta é a razão pela qual os países ocidentais "não suportam" o presidente da República Sérvia, Milorad Dodik, mas são forçados a levar sua opinião em consideração, acredita o autor.

No Ocidente todo mundo sabe como é a região dos Balcãs – basta uma faísca para tudo começar a pegar fogo, explica Bavyrin.

Os líderes europeus compreendem perfeitamente o perigo que as tarifas de Pristina podem acarretar. A Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, reagiu à introdução de tarifas com contundência, declarando que "o governo do Kosovo deve revogar imediatamente essa decisão".

Por sua vez, os EUA pouco se preocupam com o que acontece na Europa. Washington sempre apoia o Kosovo, que considera como "projeto político norte-americano" e onde tem a sua maior base militar no continente europeu, esclarece o jornalista.

Bavyrin acredita que as autoridades kosovares perseguem alguns objetivos ocultos ao introduzir tarifas sobre as importações provenientes da Sérvia e da Bósnia e Herzegovina.

O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, considera que o prêmio mais cobiçado pelo Kosovo é o alívio do regime de vistos com os países da UE, opina o jornalista. Além disso, o presidente sérvio sublinha outros possíveis objetivos dos kosovares: "Realizar de modo velado e silencioso uma fortíssima limpeza étnica de sérvios no território do Kosovo e Metohija" e "provocação de um conflito para a desestabilização completa da região".

Os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Alemanha e a Itália terão que buscar justiça para o "monstro", o Estado do Kosovo que criaram, conclui o jornalista.

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