Guerra nuclear é inevitável? EUA avaliam riscos de ataque atômico contra suas cidades

CC BY 2.0 / _Gaspard_ / BombUma explosão nuclear (imagem artística)
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Os EUA se arriscam a perder seu domínio na arena mundial, enquanto a China e a Rússia ganham cada vez mais capacidades militares em nível global. Mas, o que realmente pode acontecer em caso de haver uma Terceira Guerra Mundial?

Recentemente, a Comissão de Estratégia de Defesa Nacional do Congresso norte-americano chegou a uma conclusão pouco auspiciosa: em caso de um conflito armado em grande escala as tropas estadunidenses podem sofrer danos injustificáveis extremamente graves.

Para evitar tal desenvolvimento da situação, as autoridades norte-americanas responsáveis por contratos militares governamentais ordenaram uma investigação sobre as consequências de contaminação radiativa de uma área que fosse afetada por um ataque nuclear. O analista militar russo Andrei Kots indica que futuro iria esperar os Estados Unidos nessa situação.

Contaminação radioativa

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Segundo mostra a pesquisa, realizada a pedido dos Institutos Nacionais da Saúde, nos EUA não há uma metodologia eficaz para avaliar que nível de radiação receberá a população civil em caso de uma explosão nuclear na atmosfera.

Um dos meios mais importantes nesse campo são os métodos de dosimetria de radiação interna, usados para determinar as doses de radiação recebidas por uma pessoa quando respira ou consome alimentos com particular radioativas.

© AP Photo / Juan Carlos LlorcaMilitar americano fecha um bunker contaminado de radiação em Fort Bliss no Texas
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Militar americano fecha um bunker contaminado de radiação em Fort Bliss no Texas

De acordo com os especialistas, este é um assunto realmente sério, pois em caso de explosão nuclear sobre uma aglomeração urbana, a nuvem radioativa e precipitações mortais irão cobrir um território enorme. E, nessa conexão, o risco de receber radiação interna é extremamente alto.

Ao falar sobre esse assunto, é necessário prestar atenção a um momento crucial: apesar de as ogivas nucleares e termonucleares que estão nos arsenais das grandes potências serem bastante "limpas", seu uso em massa contra cidades densamente povoadas resultaria em uma grande contaminação radioativa. E, consequentemente, essa catástrofe envolveria centenas de milhares ou até mesmo milhões de vítimas.

No entanto, se tal situação ocorrer, será quase impossível prestar ajuda médica à população sem ter meios eficazes para avaliar seu nível de radiação.

Consequências de uma explosão nuclear potente

A explosão nuclear foi estudada em quase todos seus aspectos. Na época da Guerra Fria, os adversários conseguiram testar milhares de ogivas nucleares no ar, na água e no solo. Assim, os cientistas e militares receberam dados profundos sobre esse processo e suas consequências. Ademais, eles determinaram os pontos fortes e fracos dessa arma e criaram meios de proteção contra seus efeitos negativos.

Ao realizar esses testes e ver as destruições de que é capaz uma bomba nuclear, tornou-se possível prevenir a Terceira Guerra Mundial. Claro que tudo isso danificou significativamente o meio-ambiente da Terra, mas todos os esses danos são recuperáveis.

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Até hoje, alguns polígonos de testes nucleares continuam sendo pouco aptos para a vida. Por exemplo, em 1º de março de 1954, os EUA testaram sua maior — naquele momento — bomba termonuclear Castle Bravo. O teste teve lugar no atol de Bikini, que faz parte das ilhas Marshall no oceano Pacífico. Como combustível a bomba tinha deutereto de lítio, revestido por um invólucro de urânio empobrecido.

Segundo destacam fontes norte-americanas, Castle Bravo se tornou a explosão "mais suja" em toda a história dos testes nucleares realizados pelos EUA. Por consequência, sua nuvem de cogumelo tinha 40 quilômetros de altura e 100 quilômetros de diâmetro. Depois da detonação, o vento espalhou as cinzas nucleares, que se alastraram e contaminaram partes da Índia, Austrália, Japão, Estados Unidos e quase todas as ilhas da Oceania.

CC BY 2.0 / James Vaughan / A explosão de bomba hidrogénio dos EUA no atol de Biqini, nas Ilhas Marshall, no Pacífico (1954)
A explosão de bomba hidrogénio dos EUA no atol de Biqini, nas Ilhas Marshall, no Pacífico (1954) - Sputnik Brasil
A explosão de bomba hidrogénio dos EUA no atol de Biqini, nas Ilhas Marshall, no Pacífico (1954)

Finalmente, em 10 de outubro de 1963 entrou em vigor o Tratado de Interdição Parcial de Ensaios Nucleares — acordo que proíbe realizar testes de armas nucleares na atmosfera, no espaço exterior e debaixo d'água — assinado pelas maiores potências militares daquela época — a URSS, os EUA e o Reino Unido. Em seguida, outros países também se juntaram a esse acordo.

Por que os novos estudos sobre consequências das explosões nucleares na atmosfera se tornaram tão importantes para as autoridades dos EUA — isso é uma questão que interessa os próprios norte-americanos. Pois a cada ano aumenta a porcentagem da população que acredita que no futuro próximo uma guerra nuclear é inevitável.

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