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Conheça os possíveis comandantes das Forças Armadas do governo Bolsonaro

© REUTERS / Adriano MachadoJair Bolsonaro, presidente eleito do Brasil, durante uma sessão no Congresso Nacional, em Brasília, em 6 de novembro de 2018
Jair Bolsonaro, presidente eleito do Brasil, durante uma sessão no Congresso Nacional, em Brasília, em 6 de novembro de 2018 - Sputnik Brasil
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Nesta sexta-feira (16) o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) se reuniu com o comandante da Marinha do Brasil, Leal Ferreira, e anunciou como será feita a escolha dos novos comandantes das Forças Armadas do Brasil.

Bolsonaro afirmou a jornalistas que a escolha ficará a cargo do general Augusto Heleno, apontado como futuro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e do futuro ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva.

Em entrevista à Sputnik Brasil, jornalista e especialista em Defesa e Relações Internacionais, Pedro Paulo Rezende, explicou que o anúncio não é exatamente uma surpresa.

"Normalmente a escolha é feita pelo ministro da Defesa. Então isso não tem nenhuma novidade não. Agora duas da Forças, tradicionalmente escolhem componentes mais antigos para o seu comando, que são a Marinha e a Aeronáutica", afirmou Rezende à Sputnik Brasil, explicitando que o tempo de serviço militar costuma ser um critério nesse tipo de escolha.

Ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva - Sputnik Brasil
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Bolsonaro anuncia o general Fernando Azevedo e Silva para ser ministro da Defesa
O especialista também apontou que acredita que os nomes escolhidos para a Marinha e Aeronáutica seriam, respectivamente, o almirante Ilques Barbosa Júnior e tenente-brigadeiro Raul Botelho.

Ambos os oficiais estão hoje no Estado- Maior das respectivas instituições, o que, segundo Rezende, é "meio caminho andado para chegarem até o comando da força".

Ele alerta, porém, que o Exército foge à regra e costuma escolher o comandante através de discussões internas.

"O Exército não segue esse padrão. O Exército normalmente é uma Força em que a escolha normalmente é feita de uma escolha interna, por uma discussão interna", aponta.

Apesar da diferença nos critérios, o especialista aponta que também há um nome com uma preferência adiantada para assumir o comando do Exército brasileiro.

"Eu acredito que nesse caso, até em homenagem ao general [Eduardo] Villas Bôas, que é um batalhador — acho que todo mundo está acompanhando a luta dele contra a doença […] — ele colocou como meta dele entregar o comando das Forças a um presidente eleito e dentro da normalidade democrática. E ele sempre quis o Miotto nesse cargo. Então acho que deva ser o general Miotto", afirma.

Atualmente, o general do Exército Geraldo Antonio Miotto está à frente do Comando Militar do Sul, "uma das forças mais estratégicas que o Brasil tem", segundo Pedro Paulo Rezende.

Diferenças de opinião podem ter afastado comandante da Marinha do governo

Eduardo Bacellar Leal Ferreira, o atual comandante da Marinha do Brasil, teria recusado a oferta para ser o futuro Ministro da Defesa no governo de Bolsonaro devido a diferenças de visão sobre a atuação das Forças Armadas.

"Tanto o general Fernando, quando o general Heleno, os dois compartilham do desejo de colocar as Forças Armadas no combate ao crime organizado. Ou seja, ampliar a intervenção que está sendo feita no Rio de Janeiro para outros estados. E o Leal Ferreira não era adepto dessa linha", afirmou Rezende.

Ele ainda aponta que essa forma de atuação das Forças Armadas foi defendida pelos EUA como modelo para os países da América Latina.

"Essa linha que falei é a linha que foi defendida no final dos anos 1990 por Washington. Washington defendia que o papel das Forças Armadas latino-americanas deveria ser o combate ao narcotráfico, ao crime organizado. Isso daí contaminou vários exércitos em todo o continente", explica.

Segundo Rezende, países como México, Peru e Colômbia adotaram esse mesmo discurso, com o qual Leal Ferreira não se alinhou. O especialista também ressalta que há uma discussão dentro das Forças Armadas que questiona, inclusive, a real efetividade da intervenção federal em curso no Rio de Janeiro.

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