Galáxia mais brilhante do Universo é 'canibal', descobre NASA

© NASA . ESA/Hubble & NASA / NGC 4625A galáxia NGC 4625 (imagem referencial)
A galáxia NGC 4625 (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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A galáxia mais brilhante do Universo, W2246-0526, localizada na constelação Aquarius, recentemente despedaçou e devorou de vez três de suas galáxias-satélite, o que pode explicar sua forte luminosidade, comunica a revista Science, citando os cientistas da NASA.

"Nós sabíamos que essa galáxia tinha três grandes satélites, mas no passado nós não encontrámos nenhuns indícios de que o buraco negro no seu centro interage com eles de alguma maneira. Nós até nem tentávamos buscar vestígios de ‘canibalismo'. Por isso, os primeiros dados e imagens do ALMA foram uma grande surpresa para nós", declarou Peter Eisenhardt do Laboratório de Movimento Reativo da NASA em Pasadena, EUA.

Peter Eisenhardt e seus colegas descobriram a galáxia W2246-0526 três anos atrás e classificaram-na como uma chamada galáxia infravermelha hiperluminosa, um dos objetos extremamente invulgares que existiam no Universo inicial, segundo a revista Science.

Os astrônomos chamam tais galáxias de "cachorros quentes", ou "hot dogs", por causa de um "casaco" de poeira quente ao seu redor (hot dust-obscured galaxy, hot DOG) que as esconde dos telescópios. No total, cientistas conseguiram descobrir cerca de 20 de tais objetos, medir sua luminosidade, massa e as caraterísticas dos buracos negros superpesados que existem nos seus centros.

Calculando a massa do buraco negro no centro da W2246-0526, os astrônomos não acreditaram no que viam: ele era mais pesado do que Sol pelo menos em três bilhões de vezes. É que nós vemos a galáxia no estado em que ela se encontrava uns 12 bilhões de anos atrás, 1,3 bilhões de anos depois da Grande Expansão.

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Esse tempo seria insuficiente para o buraco negro atingir tal tamanho gigantesco, mesmo devorando infinitamente grandes quantidades de matéria.

Os astrônomos da NASA encontraram uma das respostas possíveis observando os arredores da W2246-0526 através do telescópio de micro-ondas ALMA, capaz de seguir movimento até das aglomerações mais frias de gás e poeira.

As imagens mostraram inesperadamente que o buraco negro gigantesco e a própria W2246-0526 estavam ligados por linhas grossas de gás e poeira frios aos três satélites da galáxia. A sua presença fala de que a galáxia mais brilhante do Universo está despedaçando seus vizinhos mais próximos e devorando todo o gás, poeira e matéria escura deles.

Quase toda essa matéria se desloca para o centro da W2246-0526, onde é atraída pelo buraco negro. Uma parte desse gás e poeira é absorvido pela singularidade gravitacional, mas a parte maior é jogada para trás em forma de "sobras" incandescentes que produzem imensa luminosidade.

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Segundo os cientistas, no passado a W2246-0526 poderia ter apanhado e destruído muitas outras galáxias vizinhas. Tal forma de "canibalismo" era caraterística para outras galáxias infravermelhas hiperluminosas, opinam Eisenhardt e seus colegas.

Isso pode explicar por que os cientistas encontram frequentemente no Universo inicial galáxias estranhamente brilhantes com buracos negros enormes e por que essas galáxias se escondem do mundo exterior sob um casulo grosso de poeira e gás formado, pelos vistos, de restos de "refeições" anteriores.

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