Cientistas conseguem medir massa da Terra usando 'partículas fantasmas'

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Um grupo de investigadores do Instituto de Física Corpuscular da Universidade de Valencia e do Instituto de Ciências do Cosmos da Universidade de Barcelona publicou na segunda-feira (5) na revista científica Nature Physics a primeira tomografia da Terra usando neutrinos.

Os cientistas espanhóis conseguiram explorar o interior da Terra e realizar uma medição completamente nova da massa do nosso planeta com ajuda de neutrinos, baseando-se em dados do IceCube, o maior telescópio de neutrinos do mundo situado na Antártida.

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Os neutrinos, que se encontram entre as partículas mais abundantes no universo, são capazes de atravessar o planeta sem a menor mutação. Eles podem prestar informações valiosas sobre a distribuição de sua densidade, em particular de zonas pouco conhecidas, tais como o núcleo interno.

"Os neutrinos são únicas partículas conhecidas que podem atravessar a Terra. Isso é possível porque interagem pouco com a matéria comum que vemos no Universo e que compõe o nosso planeta e a nós próprios. Por isso se diz que o neutrino é uma ‘partícula fantasma' e se requerem enormes detectores para apanhá-lo", sublinharam os cientistas na revista Nature Physics.

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Tradicionalmente, a densidade da Terra é extrapolada da forma como se propagam as ondas sísmicas de terremotos. No entanto, as ondas sísmicas não podem penetrar no núcleo interno, enquanto os neutrinos o atravessam, oferendo informação valiosa, segundo explicou o cientista e professor universitário Andrea Donini.

Para o estudo, a equipe utilizou neutrinos atmosféricos, cujas chuvas se criam quando as partículas energéticas do espaço chocam com a atmosfera da Terra. A seguir, estes atravessam a Terra, mas podem ser absorvidos pelos núcleos atômicos do material por que passam. Quanto mais denso é o material, maior é a taxa de absorção, o que, por sua vez, permitiu aos investigadores realizar um estudo da densidade do planeta.

Apesar do mapa da densidade do interior da Terra, da massa do planeta e seu momento de inércia, calculados com base em dados de neutrinos, serem consistentes com medições anteriores efetuadas por outros meios, os investigadores assinalaram que os resultados "demostram a sustentabilidade dessa abordagem para estudar a estrutura interna da Terra, que complementa os métodos geofísicos tradicionais".

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