9 em cada 10 mulheres: relatório expõe violência sexual na Coreia do Norte

© AP Photo / Wong Maye-ESoldadas norte-coreanas participam de desfile militar em Pyongyang, na Coreia do Norte, para celebrar o 105º aniversário de nascimento de Kim Il-sung, falecido fundador e avô do atual governante Kim Jong-un, 15 de abril de 2017
Soldadas norte-coreanas participam de desfile militar em Pyongyang, na Coreia do Norte, para celebrar o 105º aniversário de nascimento de Kim Il-sung, falecido fundador e avô do atual governante Kim Jong-un, 15 de abril de 2017 - Sputnik Brasil
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Mulheres norte-coreanas são constantemente sujeitas à agressão sexual proveniente de soldados, policiais e guardas penitenciários, informa o novo relatório da Human Rights Watch.

O documento registra o caso de 54 mulheres que contaram o cotidiano de violências de caráter sexual na Coreia do Norte, onde nove em cada dez mulheres já foram vítimas de "abuso sexual, verbal e físico" por autoridades, cita o jornal Observador.

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Fugidas do país em 2011, quando o líder Kim Jong-un entrou no poder, norte-coreanas relataram os frequentes abusos diários, principalmente mulheres que trabalham em mercados negros. Tais lugares se proliferam no país por ser a grande fonte de renda da maioria das famílias, além de ser considerado o local onde ocorrem as violências sexuais mais chocantes.

Altos funcionários abusam do poder e agem "com impunidade" e "quando um guarda ou policial 'escolhe' uma mulher, ela não tem outra escolha a não ser concordar com quaisquer exigências que ele faça, quer seja sexo, dinheiro ou qualquer outro favor", segundo a Human Rights Watch.

A vereadora norte-coreana Oh Jung-hee descreve no relatório que as mulheres eram consideradas "brinquedos sexuais", e que por fazer parte do cotidiano "ninguém pensa nisto como um grande problema", mas que de certa forma isso reflete no psicológico delas. Devido à normalização dos abusos e à indiferença das autoridades, nenhuma vítima acaba prestando queixa.

As violências acontecem principalmente quando elas atravessam a fronteira entre a China e a Coreia no Norte, tanto para ir ao trabalho quanto para fugir.

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A agricultora Park Young-hee contou que foi violentada pela polícia chinesa ao cruzar a fronteira, onde o agente a tocou "entre as pernas e colocou os dedos" dentro dela "durante vários dias".

Apesar de a realidade de violação aos direitos humanos ser altamente documentada na Coreia do Norte, mulheres continuam sendo alvo mais vulnerável e preferencial.

O país asiático tenta camuflar as notícias referentes a abusos e violências sexuais, e, por isso, o relatório busca expor esses escândalos.

Em declaração ao The Guardian, o diretor-executivo da Human Rights Watch, Kenneth Roth, afirma que "depois deste relatório, a Coreia do Norte não pode dizer que a violência sexual não existe, por isso ou mudam o tom ou resolvem o problema. Kim Jong-un pode parar isto, ele pode reforçar as leis que já existem".

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