Por que 30 de outubro é um dia importantíssimo para democracia na Argentina?

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No dia 30 de outubro de 1983, a Argentina elegeu o presidente Raúl Alfonsín e recuperou sua democracia.

Naquela data de 1983, o povo argentino foi às urnas depois de sete anos de uma ditadura sangrenta que matou milhares de pessoas, escreve Santiago Mayor em um artigo publicado no RT.

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A maioria das vítimas, conforme estabelecido pelo relatório da Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas (CONADEP), intitulado "Nunca Mais", correspondia a menores de 30 anos e, sobretudo, líderes sindicais e ativistas. 

O autor do artigo lembra que a campanha eleitoral de Alfonsín foi focada na defesa da Constituição Nacional e se destacou com slogan principal: "Com a democracia se come, se educa e se cura." Assim, o candidato do partido União Cívica Radical (UCR, na sigla em espanhol) ganhou com 51% dos votos. 

Mayor observa que o governo de Alfonsín gerou muitas expectativas em uma sociedade que, além da repressão, havia sofrido um plano econômico neoliberal que desmantelou o aparelho produtivo. De acordo com o portal Chequeado.com, em 1980, os índices de pobreza giravam em torno de 8% ante 3,8% em 1974. A falta de dados oficiais na época torna difícil a leitura de um número exato. 

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No entanto, apesar de não ter revertido essa tendência, o mandato da UCR continuou. No final de 1989, já com estatísticas nacionais, a população abaixo da linha de pobreza era de 38,3% em meio à hiperinflação galopante, destaca o autor. 

Segundo Mayor, o forte impulso para julgar os responsáveis pelo genocídio durante a ditadura foi ofuscado pelas leis de Ponto Final de 1986 e Obediência Devida de 1987. Essas regulamentações limitavam a capacidade judicial de continuar o processo de memória, verdade e justiça, garantindo a impunidade dos militares e de seus cúmplices civis. 

Posteriormente, o governo de Carlos Menem, durante a década de 1990, nada mais fez do que aprofundar o modelo econômico herdado da ditadura. Isso desencadeou a trágica crise de 2001, a maior que a Argentina sofreu até hoje, conclui o autor.

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