Dólar em decadência? Demanda por ouro sobe 42% em 2018, revela relatório

© AP Photo / Mike GrollBarras de ouro empilhadas em cofre na Casa da Moeda dos Estados Unidos, Nova York, em 22 de julho de 2014 (imagem de arquivo)
Barras de ouro empilhadas em cofre na Casa da Moeda dos Estados Unidos, Nova York, em 22 de julho de 2014 (imagem de arquivo) - Sputnik Brasil
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Os bancos centrais de todo o mundo estão se voltando para o ouro como uma alternativa ao dólar americano, o que eles veem como sendo minado pela política comercial agressiva dos Estados Unidos e pela incerteza geopolítica.

A demanda por ouro subiu 42% ano a ano no primeiro trimestre de 2018 entre os bancos centrais, segundo as estatísticas do World Gold Council (WGC). A Rússia e a Turquia são os maiores compradores líquidos.

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Os bancos centrais adicionaram um total líquido de 193,3 toneladas de ouro na metade de 2018, um aumento de 8% em relação às 178,6 toneladas compradas no mesmo período do ano passado. Isso marca os 6 meses mais fortes para a compra de ouro pelo banco central desde 2015, observa o WGC.

A partir do primeiro semestre de 2018, os bancos centrais aumentaram suas participações em ouro para US$ 1,36 trilhão, cerca de 10% das reservas internacionais em moeda estrangeira, disse o WGC.

Um analista disse à RT que a razão por trás do movimento é um desejo de diversificar a partir do dólar.

"Os Estados Unidos há muito tempo usam o dólar para pressionar os concorrentes. Isso sempre causou raiva na comunidade mundial. E agora a luta contra o dólar chegou à Europa", disse Eldiyar Muratov, presidente do Gabinete Familiar do Castelo de Singapura.

"A Rússia intensificou a compra de ouro em suas reservas diante das novas sanções dos EUA e uma possível desconexão do sistema de dólar", acrescentou o analista.

Segundo Muratov, uma estratégia semelhante está sendo observada em muitos países da Europa e da Ásia. A China, a Turquia, a Venezuela, o Irã, o Qatar e a Indonésia visam a desdolarização das economias e do comércio exterior. Todos esses países estão aumentando significativamente suas reservas de ouro, diz o especialista.

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Como o WGC observa em seu relatório, a compra de ouro não é apenas sobre a cobertura de riscos cambiais.

"Em um ambiente de intensas tensões geopolíticas, o ouro é um ativo atraente porque não é responsabilidade de ninguém e não carrega nenhum risco de contraparte", informa o relatório.

"O ouro já é uma classe de ativos familiar para os bancos centrais, mas a natureza mutante do mercado de ouro — com um consumo crescente vindo de economias em desenvolvimento — significa que o ouro está cada vez mais alinhado com os padrões econômicos dos mercados emergentes. Os bancos centrais podem reconhecer cada vez mais que as regras do jogo estão mudando", concluiu o documento.

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