Arquivos confidenciais expõem cumplicidade entre governos argentinos e Terceiro Reich

© AP PhotoAdolf Hitler, líder da Alemanha nazista, se endereçando a grupos de jovens fascistas em Nuremberg, 11 de setembro de 1937
Adolf Hitler, líder da Alemanha nazista, se endereçando a grupos de jovens fascistas em Nuremberg, 11 de setembro de 1937 - Sputnik Brasil
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O assunto vem sendo investigado pela Delegação de Associações Israelitas Argentinas (DAIA) há anos. A instituição tenta encontrar documentos que demonstrem vínculos e colaboração entre o governo argentino e a cúpula do Terceiro Reich nas décadas de 30 e 40.

O Terceiro Reich ou Nazista são os nomes dados à Alemanha durante o período entre 1933 e 1945, quando o país era comandado por Adolf Hitler.

O presidente argentino, Mauricio Macri, entregou anteriormente em torno de 70 mil páginas de documentos digitalizados ao primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

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Em conversa com a Sputnik Mundo, o presidente da delegação, Alberto Indij, afirmou que "a DAIA foi criada em 1935 perante o crescimento da influência nazista na Argentina, quando há anos Hitler já falava do renascimento de uma nova Alemanha onde só haveria lugar para a raça ariana".

Em 10 de abril de 1938, o então presidente argentino, Roberto Ortiz, autorizou a realização do maior movimento pró-nazismo fora do território alemão, que contou com 15 mil pessoas, ato que foi considerado primeiro passo para uma relação de cumplicidade entre os dois países.

Indj ressalta que "entre os arquivos, que abrangem o período de 1936 a 1947, foram encontradas diversas evidências de que os distintos governos argentinos colaboraram com o regime nazista, adotando medidas antissemitas e de proteção aos soldados e líderes do Terceiro Reich".

Em um arquivo confidencial da época, teria sido encontrado um documento confidencial referente a um acordo firmado pelos dois governos em 1938, onde a Argentina negaria visto a pessoas indesejadas, o que na ocasião se referia aos refugiados europeus, que em grande número eram compostos por judeus.

Com relação ao assunto, a diretora do Centro de Estudos Sociais da DAIA, Marisa Braylan, afirma que "a tarefa será difícil devido a grande quantidade de material, mas, de todo modo, antes do final do ano, haverá a informação sobre o tipo de fontes encontradas e o cálculo estimado do que faltaria consultar", ressaltando que "a recuperação de fontes históricas reafirma a realidade da época".

Na tentativa de descobrir a ligação do governo argentino com o Terceiro Reich e após a conclusão da análise dos documentos, a DAIA pretende demonstrar, de fato, os vínculos e colaboração entrem ambos os Estados.

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