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Institutos de pesquisa precisam mudar metodologia, diz especialista

© Sputnik / Caroline RibeiroSeção eleitoral na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 7 de outubro de 2018
Seção eleitoral na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 7 de outubro de 2018 - Sputnik Brasil
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O resultado do primeiro turno das eleições gerais brasileiras neste domingo (7) mostrou que, em alguns casos, houve previsão equivocada das pesquisas de intenção de voto realizadas no Brasil pelos dois principais institutos especializados no assunto, Ibope e Datafolha.

Em estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os resultados das urnas destoaram em relação aos últimos levantamentos divulgados. A diferença, segundo Antônio Marcelo Jackson, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), está na metodologia utilizada por esses institutos.

"A pesquisa continua ter a sua validade, mas eu admito que a população coloque os dois pés atrás quanto a elas. O pesquisar e válido, é necessário mudar as variáveis, tendo a acreditar que quando se mantiverem variáveis de modelos que são usados em sociedades como a americana, inglesa, francesa ou qualquer outra que não seja a brasileira, essas variáveis tendem ao erro", explicou.

Antônio Marcelo Jackson justifica afirmando que os institutos levam em consideração somente variáveis econômicas, como por exemplo, questões sociais como o machismo e outras características que acabam influenciando o eleitor brasileiro que não estão necessariamente ligadas a condições sociais.

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"A crítica que eu faço a essas pesquisas é que eles têm um cardápio previamente definido do que seja o eleitor e quais sejam os interesses do eleitor. Você pensa em uma sociedade que seja muito técnica, muito afoita, a questão é econômica, ou entenda perfeitamente as relações de espaço público e espaço privado", afirmou.

No sábado, o primeiro colocado para liderar o governo do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), com 41,3% dos votos, aparecia no Ibope com 12% dos votos válidos e com 11% no DataFolha. Eduardo Paes (DEM) liderava as pesquisas, com 32% pelo Ibope. O ex-prefeito da capital encerrou a etapa com 19,56% dos votos.

Em São Paulo, Márcio França (PSB) aparecia nas pesquisas com 18% dos votos. Mas obteve 21,5% dos votos e irá ao segundo turno contra João Doria (PSDB), que obteve 31,8%, em linha com os levantamentos dos principais institutos. Paulo Skaf (MDB), que aparecia com 30% dos votos, obteve, ao fim do primeiro turno, 21%.

"Não vamos condenar as pesquisas por causa disso, é da natureza delas, não tem o que fazer. Agora, é preciso manter uma mesma metodologia, na medida em que você vai reproduzindo resultados, você pode influenciar o eleitor, isso pode acontecer", completou Antônio Marcelo Jackson.

Na disputa pelo governo de Minas Gerais, o Ibope apontava 42% das intenções de votos válidos para o governo de Minas em Antonio Anastasia (PSDB), contra 25% de Fernando Pimentel (PT) e 23% de Romeu Zema (Novo). No final da apuração dos votos, Zema chegou ao segundo turno com 42,7% e vai enfrentar Anastasia, que conquistou 29% do eleitorado.

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