'Já não é apenas guerra comercial', adverte especialista sobre relações sino-americanas

© AP Photo / Ng Han GuanMulheres chinesas olham para um smartphone, sentadas em um banco na forma de um míssil, em Pequim
Mulheres chinesas olham para um smartphone, sentadas em um banco na forma de um míssil, em Pequim - Sputnik Brasil
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Um especialista em problemas da região Ásia-Pacífico, Vladimir Terekhov, comentou à Sputnik as recentes acusações dos estadunidenses em relação a Pequim, por a China "minar" a base industrial da defesa norte-americana.

Em uma publicação lançada pela revista Foreign Policy, se referindo a fontes anônimas na administração, se afirma que a China usa o monopólio de certos recursos naturais com o objetivo de "minar a base industrial da defesa dos EUA", o que foi indicado em recente investigação realizada pelo Pentágono a pedido de Donald Trump.

Em opinião do analista Vladimir Terekhov, expressa ao serviço russo da Rádio Sputnik, a investigação encomendada pela presidência norte-americana faz parte de uma confrontação crescente entre os EUA e a China.

Míssil SM-3 está sendo lançado de destroier USS Decatur no Oceano Pacífico (imagem ilustrativa) - Sputnik Brasil
Relatos: navio de guerra dos EUA passa perto de ilhas disputadas no mar do Sul da China
"Já não é apenas uma guerra comercial — a confrontação ganha caráter global. Recentemente, houve relatos sobre o voo de um bombardeiro norte-americano no espaço aéreo do mar do Sul da China, enquanto um destroier americano e um chinês quase colidiram no mar. Portanto, a situação está se agudizando, infelizmente, para todos", afirmou.

Outro fator de agravamento e elemento dessa "guerra", relembra Terekhov, é o fato de os EUA, junto com a UE e o Japão, tentarem reformar a OMC do jeito que lhes convém.

"Assim, se trava uma guerra complexa com relativos sucessos, e a China, evidentemente, usa os recursos de que dispõe para oferecer resistência à pressão estadunidense. Guerra é guerra", concluiu.

As relações entre os EUA e a China deterioraram-se acentuadamente este ano, quando eclodiu uma guerra comercial entre os dois países. Desde o início de abril, Washington introduziu novas tarifas de importação, às quais a China respondeu proporcionalmente, apesar dos acordos firmados em maio.

A insatisfação dos EUA é causada pelo desequilíbrio da balança comercial entre os dois países, que, segundo as autoridades norte-americanas, é de US$ 500 bilhões (R$ 1,9 trilhão) a favor da China.

Além disso, Washington impôs sanções ao departamento de treinamento de tropas e suprimentos da Comissão Militar Central da China e ao chefe do departamento, Li Shufu. A Casa Branca explicou que as medidas restritivas estão sendo introduzidas por causa da cooperação com a estatal russa Rosoboronexport, especificamente devido à aquisição de aviões Su-35 e sistemas de defesa antiaérea S-400.

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