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Maria do Rosário: vitória sobre Bolsonaro será de 'todas as mulheres'

© Marcelo Camargo / Agência BrasilDeputada Maria do Rosário (PT-RS) e o deputado Jair Bolsonaro (PSL)
Deputada Maria do Rosário (PT-RS) e o deputado Jair Bolsonaro (PSL) - Sputnik Brasil
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Os deputados Pastor Eurico (Patriota-PE) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS) prestaram depoimento nesta terça-feira (28) no STF como testemunhas de defesa do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), no caso em que este é réu por apologia ao estupro. A Sputnik Brasil conversou com a deputada Maria do Rosário (PT-RS), que move a ação contra o presidenciável.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux barrou nova tentativa para adiar o julgamento, pela Corte, do deputado e candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e marcou para esta terça-feira (28) os últimos depoimentos das testemunhas de defesa nas duas ações penais a que responde: uma movida pela deputada do PT-RS, Maria do Rosário, e outra pela Procuradoria-Geral da República, pelos crimes de incitar a prática de estupro e por injúria, após dizer, em 2014, que a deputada Maria da Rosário não merecia ser estuprada por ser feia. Foram ouvidos dois colegas de Câmara e aliados do presidenciável: deputados Pastor Eurico (Patriota-PE) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que hoje é um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro.

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Em agosto do ano passado, Jair Bolsonaro foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça do Distrito Federal a pagar indenização de R$ 10 mil à deputada Maria do Rosário por danos morais, mas recorreu. E o Superior Tribunal de Justiça manteve a condenação. Agora caberá ao Supremo Tribunal Federal, então, decidir se condena ou absolve o parlamentar.

A Sputnik Brasil conversou com a deputada Maria do Rosário (PT-RS), que falou das consequências das declarações de Bolsonaro ao longo da ação, que segundo a deputada, gerou uma onda de ódio, que atingiu não somente a ela, mas muitas mulheres.

"O meu objetivo não está ligado ao processo eleitoral em si, mas é fazer justiça. No Brasil a cada 11 segundos um mulher, ou uma menina, é vítima de abuso, exploração ou estupro. A violência sexual tem sido algo corrente na vida das mulheres brasileiras. Ela é uma forma de opressão e sabemos que ela constrói uma cultura do estupro que acaba deixando impunes aqueles que cometem este tipo de crimes contra as mulheres", declarou Maria do Rosário.  

Segundo ela, "em todos os ambientes nós temos aqueles que agridem mulheres, seja na casa, ou nos ambientes de trabalho, e a impunidade dessas pessoas, destes homens, deste machismo e desse ódio às mulheres, é reforçada quando uma autoridade pública, com mandato de deputado federal, utiliza o estupro como uma lógica de merecimento, dizendo que qualquer mulher, todas as mulheres, podem estar sujeitas ao estupro se merecerem".

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"A expressão que ele [Bolsonaro] usou é: 'não te estupro, porque você não merece'. E o que nós dizemos é 'nenhuma mulher merece ser estuprada'", frisou. 

Durante o depoimento dos aliados do presidenciável, os deputados Pastor Eurico e Onyx Lorenzoni defenderam Bolsonaro, afirmando que Bolsonaro agiu "no calor do momento" e que o deputado é um "íntegro defensor" das mulheres. 

"A índole de Bolsonaro é ilibada. É uma pessoa que todo mundo conhece, humano, e defensor íntegro, veemente, da proteção das mulheres", afirmou o Pastor Eurico após o depoimento.

Maria do Rosário, por sua vez, comentou o peso que a rejeição do eleitorado feminino pode trazer para o campanha do candidato Jari Bolsonaro em meio à corrida pela presidência. 

"Eu creio que pesa e agora a sua candidatura já percebeu a força das mulheres, e por isso mesmo em rede de TV, ou na internet, em vários lugares, ele tem atacado de forma violenta o nosso trabalho, a nossa luta, e o que nós representamos, e inclusive afirmando as mentiras das mais absurdas, porque, em verdade, eu nunca o agredi, eu nunca disse em lugar nenhum, que ele seria, que era um estuprador. E ele se esconde atrás dessa lógica, dizendo que reagiu", afirmou a deputada. 

Maria do Rosário ainda acrescentou que o único debate que teve com Bolsonaro foi no ano de 2003. "Quando ele disse palavras ainda piores, que me ofendem, que ofendem todas as mulheres, nos tratou como vagabundas em público, em frente a uma rede de TV, isso passou em todos os veículos, ele me empurrou", lembrou. 

A deputada destacou que uma vitória nesse caso contra o candidato "não lhe pertence", pois será "uma vitória de todas as mulheres que resolvem não baixar a cabeça" e "que não vão aceitar que alguém violento contra as mulheres ocupe a cadeira da Presidência da República".

 

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