Que 'armas' tem Rússia para responder às novas sanções dos EUA? Analista revela

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As novas sanções dos Estados Unidos contra a Rússia acabaram de entrar em vigor nesta segunda-feira (27). Cientista político comenta as medidas, afirmando que os EUA agem de forma cínica e exclusivamente nos seus interesses.

As sanções entraram em vigor hoje (27 de agosto) às 00h00, horário de Washington (01h00, horário de Brasília) devido ao suposto uso de armas químicas por Moscou na cidade britânica de Salisbury, onde no dia 4 de março deste ano o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia foram encontrados com sinais de envenenamento.

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Novas sanções dos EUA contra a Rússia por causa do ex-espião Skripal entram em vigor
As sanções determinam a cessação de qualquer assistência norte-americana à Rússia "além da assistência humanitária urgente, produtos alimentícios e outros produtos agrícolas", assim como proíbem a exportação de armas norte-americanas e artigos de destinação dupla (militar e civil), exceto as exportações necessárias para a colaboração no espaço e lançamento de satélites comerciais.

O cientista político russo Dmitry Zhuravlev comentou as novas sanções em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik. Para o especialista, as restrições visam não apenas prejudicar a Rússia, mas mostrar aos eleitores que os EUA são mais fortes e podem colocar a Rússia "de joelhos".

"Os EUA cessam tudo o que pode ser vantajoso para a Rússia e deixam o que é vantajoso para eles, agindo de modo cínico, exclusivamente nos seus interesses. Porém, além do espaço, titânio e foguetes portadores, a Rússia tem uma 'quarta' arma: a moeda, o pagamento das exportações em rublos. Os EUA estão empurrando Moscovo a utilizá-la", afirmou Zhuravlev.

O cientista político acredita que a substituição do dólar por moedas nacionais nas transações entre parceiros comerciais causará graves consequências para os EUA, diminuindo a demanda pela moeda americana.

"Isso afetará o sistema financeiro americano mais do que as sanções afetarão a Rússia", opinou.

Washington também advertiu que poderá introduzir mais uma rodada de sanções contra Moscou daqui a 90 dias mas acrescentou que desistirá da medida caso a Rússia ofereça garantias de que não utilizou armas químicas e deixe aos especialistas da ONU realizarem inspeções "a nível local".

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Zhuravlev lembra, por sua parte, que a Rússia liquidou seus estoques de armas químicas e não as produz.

"Por mais que queira, a Rússia não pode provar algo que não fez. Os norte-americanos acreditam que o seu direito nacional está acima de tudo. Não é a primeira vez que agem seguindo o princípio 'pensamos assim, então temos razão'", ressaltou o analista, frisando que tal comportamento dos políticos americanos é típico da sua visão unipolar do mundo.

Anteriormente, o presidente russo Vladimir Putin chamou as novas sanções de pouco produtivas e insensatas. Ao mesmo tempo, expressou a esperança que os EUA entendam que tal política está condenada ao fracasso. Se Washington entender isso, Moscou e Washington poderão cooperar normalmente.

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