Macron: França está pronta para atacar Síria se armas químicas forem usadas

© REUTERS / Bassam KhabiehAs pessoas andam em uma área atingida por ataques aéreos no bairro rebelde de Douma sitiada de Damasco, na Síria. (Arquivo)
As pessoas andam em uma área atingida por ataques aéreos no bairro rebelde de Douma sitiada de Damasco, na Síria. (Arquivo) - Sputnik Brasil
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A França está pronta para realizar mais ataques aéreos na Síria em resposta ao suposto uso de armas químicas por Damasco, disse o presidente francês, Emmanuel Macron, nesta segunda-feira (27) durante discurso aos embaixadores franceses.

Simultaneamente o presidente francês ressaltou os primeiros resultados do mecanismo conjunto russo e francês sobre o assentamento sírio.

"O mecanismo de coordenação com a Rússia, criado em São Petersburgo, produziu os primeiros resultados, em particular no setor humanitário", ressaltou Macron aos embaixadores em Paris de acordo com a informação divulgada em sua conta oficial no Twitter.

A Europa precisa estabelecer um novo diálogo sobre segurança cibernética, armas químicas e uma série de outras questões de segurança com a Rússia, acrescentou Macron.

Ele também observou que nunca insistiu na renúncia do presidente sírio, Bashar Assad, em troca de prestar assistência humanitária ao país. Ao mesmo tempo, o presidente francês sugeriu que deixar o poder no futuro nas mãos de Assad "seria um erro grave".

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"A França não pode nomear futuros líderes sírios […] Mas é nosso dever e do nosso interesse garantir que o povo sírio possa fazer isso", disse.

Macron expressou que teme uma grave crise humanitária na província síria de Idlib.

A França espera que a Rússia e a Turquia exerçam pressão sobre as autoridades sírias em conexão com a situação na província de Idlib, argumentou Macron.

"Penso que esse cenário será um erro terrível […] Quem provocou todos esses milhões de refugiados? Quem está matando seu próprio povo?", disse Macron durante seu discurso aos embaixadores franceses.

O discurso aconteceu vários dias após o Ministério da Defesa da Rússia ter acusado os EUA, o Reino Unido e a França de se prepararem para realizar novos ataques contra a Síria sob o pretexto do uso de armas químicas pelas forças do governo sírio.

Segundo o ministério, um grupo de militantes, que foram treinados sob a orientação da empresa militar britânica Olive para trabalhar com substâncias venenosas, chegou a Idlib.

Os EUA, o Reino Unido e a França coordenaram um ataque aéreo maciço contra a Síria em abril de 2018, depois que o alegado uso de armas químicas em Douma havia sido relatado pela controversa ONG dos Capacetes Brancos, que foi repetidamente flagrada encenando ataques sob bandeira falsa.

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Em abril, uma série de meios de comunicação de oposição, incluindo os já mencionados Capacetes Brancos, relatou um ataque químico na cidade de Douma. Nenhuma prova substancial foi apresentada e, como mostrou a rápida investigação das forças russas, não foram encontrados vestígios de substâncias químicas na área.

Projeto europeu de defesa

Macron revelou um novo impulso para o projeto europeu de defesa, acrescentando que a segurança do continente não deve depender dos EUA.

"A Europa não pode mais confiar nos Estados Unidos para sua segurança. Cabe a nós garantir a segurança europeia […] Precisamos de uma parceria estratégica com a Rússia e a Turquia", disse Macron explicando que "estamos falando sobre países importantes que devem ser 'anexados' à Europa".

Ao mesmo tempo, ele enfatizou que a parceria estratégica não necessariamente deve significar a adesão da Turquia à União Europeia. 

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Previamente, a UE informou que gastaria quase 20 bilhões de euros (R$ 95,1 bilhões) em defesa entre 2021 e 2027, com a maior parte do dinheiro a ser gasto em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias militares.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, pediu à Europa que reagisse à política de sanções dos EUA contra a Rússia, China, Turquia e outros importantes parceiros econômicos.

Recentemente, Emmanuel Macron propôs uma iniciativa para criar uma força de intervenção militar europeia que poderia ser rapidamente mobilizada em caso de crise.

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