Cidade mexicana autoriza sexo nas ruas: que riscos apresenta nova lei?

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Fazer sexo nas ruas deixou de ser uma atrevida fantasia na cidade mexicana de Guadalajara, porque a nova lei permite fazê-lo desde que ninguém o denuncie. Vários especialistas mexicanos falaram para a Sputnik como uma das sociedades mais conservadoras da América Latina reagiu à mudança.

"Manter relações sexuais ou atos de exibicionismo sexual na via pública ou lugares públicos, terrenos baldios, centros de entretenimento, interiores de veículos ou em lugares privados com vista ao público só será violação desde que [a denúncia] seja feita por meio de uma petição cidadã", diz o novo Regulamento de Polícia de Guadalajara, citado pela mídia local.

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"Não é que permita as relações sexuais nas ruas, mesmo que na prática tal possa acontecer. A intenção da lei foi erradicar a extorsão por parte de policiais porque, sempre que algum policial via algum casal estar se aproximando, podia extorquir dinheiro deles", comentou à Sputnik Mundo Antonio Gutiérrez Montaño, porta-voz da Arquidiocese de Guadalajara.

O interlocutor admitiu que a intenção é boa, mas enquanto se resolve um problema, são criados outros. Em particular, segundo o padre, a lei pode fomentar a prostituição e os abusos, inclusive abusos contra crianças. Outro problema é que se alguém presenciar isso, mas não quiser ter problemas, ficará calado, acrescentou Gutiérrez Montaño.

Além disso, opina, "as crianças e adolescentes podem testemunhar este tipo de situações e ver isso como algo normal".

No entanto, o chefe do Departamento de Psicologia Aplicada da Universidade de Guadalajara, Dr. Baudelio Lara García, ressaltou que "não se trata de um convite de ter relações sexuais públicas".

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"Não é muito frequente encontrar na rua pessoas fazendo sexo. Trata-se de situações quando, por exemplo, nos parques os namorados se acariciam", explicou o psicólogo.

Segundo Lara García, apesar de a sociedade de Guadalajara se considerar conservadora, não recusa nem discorda da lei.

Para o especialista, as alterações visam "formar uma nova forma de relações entre os cidadãos porque as questões do feminismo, respeito e igualdade estão permeando a sociedade, bem como fazer civilizado um tema que historicamente tem sido tratado como um tabu e que em muitos casos dava espaço para outro tipo de abusos por parte das autoridades".

O psicólogo qualificou a lei como justa e recordou que "qualquer cidadão pode apresentar uma queixa se considera que os limites foram ultrapassados"'.

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