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R$ 1,5 tri de impostos em 2018: governo gasta mais do que deveria no Brasil, diz analista

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Os brasileiros pagaram nada menos do que R$ 1,5 trilhão em impostos até o dia 23 de agosto, segundo dados do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O alto valor, porém, não arrefeceu a situação caótica das contas públicas em todo o país em 2018.

Segundo dados do Impostômetro, o valor atingido às 11h40 desta quinta-feira veio 22 dias mais cedo do que no ano passado, o que significa dizer que a arrecadação de impostos cobrados de cidadãos e empresas segue de vento em popa. Mas por que isso não significa melhores serviços públicos?

Em entrevista à Sputnik Brasil, o economista Marcel Solimeo, da ACSP, avaliou que o problema no Brasil definitivamente não é arrecadar impostos, mas sim controlar os gastos. Para ele, o Estado brasileiro gasta mais do que deveria e não entrega serviços minimamente aceitáveis à população.

"Vamos passar de R$ 2,2 trilhões [de impostos] até o final do ano, o que é uma quantidade extraordinária que é paga pela população e pelas empresas para sustentar o governo como um todo. Mas esse valor, apesar de elevado, não tem sido suficiente para cobrir os gastos do setor público", analisou.

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Solimeo explicou ainda que a dívida do governo brasileiro não vem diminuindo, mesmo diante de uma arrecadação tão robusta. Segundo o economista, trata-se de um claro problema de gestão, sobretudo quando se compara a carga tributária do Brasil com a de outros países.

"A nossa carga tributária já é comparada com a de países com renda mais alta do que o Brasil. Países com renda média como a nossa tem uma carga tributária menor. Não temos mais espaço para aumentar impostos sem evitar novas dificuldades para cidadãos e empresas. Se não atacar os problemas do lado do gasto, ou aumenta a dívida ou a inflação", alertou.

Inaugurado em 2005, o Impostômetro tem justamente o papel de chamar a atenção da população para o fato de que ela paga muitos impostos, e os serviços fornecidos em troca não são compatíveis com tamanho montante. De acordo com Solimeo, é preciso conscientizar, fiscalizar e buscar o fim de privilégios.

O economista previu ainda qual cenário virá, caso os governantes brasileiros não melhorem a gestão dos impostos e busquem saídas fáceis, como o aumento de impostos neste momento de crise.

"Qualquer nova medida de aumentar imposto terá efeito contrário. Vai agravar a recessão", completou.

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